Césio-137: a tragédia que marcou a história de Goiânia

O caso aconteceu em setembro de 1987, quando o manuseio indevido de um aparelho de radioterapia abandonado

Mariane Faz
Por Mariane Faz
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Uma mineradora de Minas Gerais acionou a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), após o desaparecimento de duas fontes seladas de Césio-137. Isso ativou a memória da população de Goiânia sobre a tragédia que marcou a cidade nos anos 1980.

O caso ocorrido em setembro de 1987 marcou profundamente a cidade. Um aparelho de radioterapia abandonado foi manuseado indevidamente, resultando em um acidente radiológico que afetou centenas de pessoas. A fonte contendo Césio-137, com alto poder radioativo, foi espalhada pelo meio ambiente, contaminando diversos locais e causando sérios danos à saúde.

 

A fonte, com radioatividade de 50.9 Tbq (1375 Ci) continha cloreto de césio, composto químico de alta solubilidade. O 137Cs, isótopo radioativo artificial do Césio tem comportamento, no ambiente, semelhante ao do potássio e outros metais alcalinos, podendo ser concentrado em animais e plantas. Sua meia-vida física é de cerca de 33 anos.

Com a violação do equipamento, foram espalhados no meio ambiente vários fragmentos de 137Cs, na forma de pó azul brilhante, provocando a contaminação de diversos locais, especificamente naqueles onde houve manipulação do material e para onde foram levadas as várias partes do aparelho de radioterapia.

Por conter chumbo, material de relativo valor financeiro, a fonte foi vendida para um depósito de ferro-velho, cujo dono a repassou a outros dois depósitos, além de distribuir os fragmentos do material radioativo a parentes e amigos que por sua vez os levaram para suas casas.

 

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Foto de Capa: Secretaria de Saúde de Goiás