Descubra como proteger seu pet dos fogos na virada do ano
Durante a virada do ano, os animais de estimação enfrentam desafios significativos devido ao barulho dos fogos de artifício, um fenômeno que pode impactar gravemente tanto a saúde física quanto emocional dos pets. O estresse causado pelo medo e pelo pânico pode levar a problemas físicos como taquicardia e, em casos extremos, até ao óbito, a depender das condições de saúde e idade do animal.
Atualmente, o Brasil possui uma população estimada em 168 milhões de animais domésticos, sendo o terceiro país do mundo com mais pets. Destes, aproximadamente 68 milhões são cães, 42 milhões são aves e 34 milhões são gatos. No estado de Goiás, a população pet inclui mais de 2,2 milhões de cães, 693 mil gatos e 1,1 milhão entre peixes e aves canoras, o que representa 3% da população pet brasileira.
Cleber Santos, da Comport Pet e especialista em comportamento animal, salienta a importância de preparar os pets com antecedência para a virada do ano. Ele sugere um treinamento que seja claro, leve e divertido, visando a tranquilidade do animal durante as festividades. Santos enfatiza a necessidade de estabelecer um ritual de cuidado que respeite o tempo que os pets precisam para se sentirem seguros.
Em resposta a esta preocupação, o Brasil tem visto um movimento legislativo para a proteção dos animais contra os impactos negativos dos fogos de artifício. O Projeto de Lei n° 5 de 2022, que está em análise no Senado, propõe a proibição, em todo o território nacional, do uso e comercialização de fogos de artifício que produzem barulho a partir da explosão de pólvora. Este projeto é parte de um esforço maior para tratar o tema como uma questão de meio ambiente, proteção aos animais, política social e saúde.
Além disso, o Supremo Tribunal Federal julgou constitucional a Lei 16.897/2018 do município de São Paulo, que proíbe o manuseio, utilização, queima e soltura de fogos de estampido e de artifício. Outras cidades como Cuiabá, Campo Grande, Curitiba e Rio de Janeiro, além do Distrito Federal, também adotaram medidas semelhantes para a proteção dos animais contra o barulho dos fogos.
Essas leis e projetos refletem uma crescente conscientização sobre os efeitos negativos dos fogos de artifício nos animais e são um passo importante na direção da promoção de um ambiente mais seguro e saudável para os pets durante as celebrações de fim de ano.
Algumas dicas do especialista incluem:
- Associação com sons: Expor seu pet a sons de fogos de artifício por meio de áudios em casa, começando com volumes baixos e aumentando gradualmente, enquanto realiza atividades positivas, como brincadeiras e carinhos.
- Espaço acolhedor: Criar um ambiente acolhedor em casa, idealmente longe de portas e janelas de vidro, piscinas e rotas de fuga, adicionando elementos familiares, como brinquedos favoritos e cobertores.
- Relaxamento: Reproduzir músicas suaves ou utilizar feromônios calmantes no ambiente, para ajudar a acalmar o pet nos dias que antecedem a virada do ano.
- Consulta veterinária: Em caso de pets com pré-disposição a problemas de saúde, como cardiopatias ou convulsões, consultar um veterinário antes para discutir opções de medicamentos calmantes.
- Gasto de energia: Cansar o animal durante o dia da virada, investindo em atividades estimulantes ou longos passeios.
Durante a queima de fogos, é importante:
- Evitar repreender ou forçar o pet a sair de seu esconderijo.
- Manter interações positivas, oferecendo brincadeiras para distrair o pet dos ruídos externos.
- Garantir que o pet esteja com identificação atualizada na coleira, principalmente se estiver em um local desconhecido para o animal.
- Usar algodão nos ouvidos dos pets, fechar portas e janelas e isolar o ambiente para amenizar o barulho dos fogos.
Se precisar viajar, não deixe seu pet sozinho. O ideal é recorrer a um hotel para cães com equipe especializada.
A conscientização sobre os efeitos dos fogos de artifício nos animais é crucial. Muitas cidades brasileiras já contam com leis que proíbem a soltura de fogos de estampido, em consideração aos pets, crianças, idosos e pessoas com certas condições de saúde. Essa medida visa preservar a saúde mental dos animais e evitar casos de fuga, ferimentos e até óbito.
