Goiás alerta para cuidados para evitar epidemia de Malária

Estado intensifica ações de monitoramento e conscientização para evitar disseminação da doença

Fernanda Cappellesso
Por Fernanda Cappellesso
Técnicos pesquisam por mosquitos transmissores da malária em locais onde foi registrado caso da doença. Foto: Governo de Goiás
Técnicos pesquisam por mosquitos transmissores da malária em locais onde foi registrado caso da doença. Foto: Governo de Goiás

Goiás intensifica ações para prevenir epidemia de malária

O Estado de Goiás, por meio da Secretaria da Saúde (SES-GO), está em alerta para prevenir uma possível epidemia de malária. Até o momento, foram notificados 63 casos da doença em 2024, com 19 confirmados. Todos são provenientes de viagens para áreas endêmicas, como a região Amazônica, mas a preocupação com a transmissão local é grande, especialmente após três anos sem registros de casos originados no estado. Em 2023, houve três casos confirmados de origem local, um deles resultando em morte.

Para evitar uma epidemia, a SES-GO intensificou as ações de monitoramento e prevenção. Quando um caso é confirmado, inicia-se uma investigação epidemiológica, com busca ativa por contatos do paciente e moradores da região afetada. Os resultados obtidos auxiliam na identificação de novos casos e na prevenção de uma possível disseminação da doença. A secretaria também trabalha para garantir capacitação de profissionais de saúde, a fim de facilitar o diagnóstico e tratamento precoces.

A malária é causada por protozoários do gênero Plasmodium, transmitidos pela picada da fêmea infectada do mosquito Anopheles. Os sintomas incluem febre, calafrios, cefaleia, sudorese, mialgia, náusea e vômitos. Devido à semelhança com outras doenças infecciosas, a malária pode ser difícil de diagnosticar na fase inicial. Hélio Filho, biomédico da Gerência de Vigilância Epidemiológica de Doenças Transmissíveis da SES-GO, destaca a importância de questionar os pacientes sobre viagens recentes durante a anamnese para identificar riscos de contaminação.

O diagnóstico é feito por testes rápidos ou por análises microscópicas de lâminas de sangue. Ambos são realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), por meio do Laboratório Estadual de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen-GO), que é referência no estado para este tipo de diagnóstico. Se diagnosticada precocemente, a malária geralmente não leva a complicações graves, e o tratamento está disponível pelo SUS.

Para evitar uma possível epidemia, a SES-GO recomenda cuidados para quem viaja para áreas endêmicas. Entre as recomendações estão o uso de repelentes (não aplicados em crianças menores de 2 anos sem orientação médica), proteção das áreas do corpo expostas, uso de cortinados e mosquiteiros, além de evitar locais próximos a criadouros de mosquitos, como rios e áreas alagadas.

Essas medidas, juntamente com o monitoramento contínuo da Secretaria da Saúde, têm como objetivo manter a malária sob controle e evitar uma epidemia em Goiás. O compromisso com a saúde pública e a conscientização da população sobre os riscos da doença são essenciais para evitar a disseminação da malária no estado.

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