Prédio histórico na Avenida Goiás guarda história de sucesso, progresso e orgulho da sociedade goiana

Ao caminhar pela majestosa Avenida Goiás, no coração de Goiânia, em frente à imponente Praça do Bandeirante, é impossível não ser envolvido pela aura histórica que emana do antigo prédio do Banco do Estado de Goiás (BEG). Esta construção, cujas fundações foram lançadas na década de 1960, testemunha um período efervescente na história política e cultural da cidade.

Situado em um ponto estratégico da Avenida Goiás, o edifício do antigo BEG é mais do que um marco arquitetônico; é um símbolo da ascensão do modernismo na capital goiana. Sua presença imponente e sua estrutura singular são testemunhos vívidos do desenvolvimento e progresso que caracterizaram Goiânia naquela época.

A construção do BEG representa não apenas um capítulo na história da arquitetura goiana, mas também um reflexo dos valores e aspirações da sociedade da época. Com seus traços modernistas e sua localização estratégica, o prédio continua a cativar a imaginação dos que passam por ali, lembrando-nos do legado histórico que moldou a cidade que conhecemos hoje.

Predio é um icone do centro de Goiânia

A construção do edifício, iniciada em 1961 e concluída em 1964, ocorreu durante o governo de Mauro Borges, um momento de crescimento e desenvolvimento sem precedentes para Goiás. Foi um período de inovações estruturais, marcado pelo surgimento de novos órgãos administrativos, impulsionados significativamente com a inauguração do prédio sede do BEG.

A arquitetura do prédio, idealizada pelos talentosos Eurico Calixto de Godoi e Elder Rocha Lima, não só incorporava o espírito inovador da época, mas também trazia uma lufada de modernidade europeia para Goiânia, sendo o primeiro prédio da cidade a ter ar-condicionado central, conforme destacou o poeta e cronista Luiz de Aquino, nossa fonte para desvelar os detalhes dessa história rica e multifacetada.

Segundo o historiador,  o prédio quebrou paradigmas em sua época, elevando-se como a referência da modernidade em Goiânia. Um marco indiscutível, ele era um espetáculo de vidros estilo Ray-Ban, um material importado diretamente da Holanda ou Suécia,. “Foi uma obra cara, mas muito badalada, muito festejada,” destaca Aquino.

Esta grande figura cultural, que é também membro da Academia Goiana de Letras, lança luz sobre uma Goiânia que se ergueu valentemente, um território rico em histórias que se escondem por trás dos grandes prédios e figuras políticas da época. Aquino, que em 1994 publicou “Nossa Gente, Nossa História”, nos proporciona uma viagem no tempo para reviver a época dourada da capital.

Infelizmente, o progresso que a cidade estava vivenciando encontrou um obstáculo em 1964, com a ocorrência do golpe militar que travou o crescimento dinâmico da região. Contudo, o prédio BEG permaneceu, e ainda permanece, como um testemunho sólido da visão progressista e do espírito inovador daquele tempo.

Ao revisitar a Praça do Bandeirante e o prédio que já foi conhecido como Edifício Estadobanco e mais tarde como Edifício Banco do Estado de Goiás, somos transportados para uma época de grandeza e sonhos, uma época em que Goiânia estava pronta para abraçar o futuro.

Hoje, o prédio não é apenas um patrimônio arquitetônico, mas também uma representação vívida de uma era de ouro, um símbolo do que Goiânia foi e ainda aspira a ser. A sua presença continua a inspirar, demonstrando que a cidade tem raízes profundas na inovação e na busca constante por crescimento e desenvolvimento.

Agora, ao comemorar o seu 60° aniversário, o edifício se mantém não apenas como um testemunho da história viva de Goiânia, mas como uma verdadeira obra de arte arquitetônica, um marco que encanta e inspira a todos que têm a sorte de conhecê-lo. Uma verdadeira jóia de Goiânia, que guarda em suas estruturas as memórias e aspirações de uma cidade vibrante e cheia de vida.

Com o passar dos anos, o Prédio Sede da BEG evolui, mas sua essência permanece intacta, um verdadeiro monumento à determinação e ao espírito de inovação de Goiânia. Uma visita ao prédio não é apenas um passeio pela história, mas uma jornada ao coração da cultura goianiense.

Um Legado Perene

Prédio comemora 60 anos em 2024

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O antigo prédio do BEG é mais que um monumento; é uma janela para um período dinâmico e progressista da história de Goiânia. Representa uma época de crescimento, modernização e de uma visão futurista.

Ao revisitar essa construção icônica, percebemos que a herança de Mauro Borges persiste, não apenas na estrutura física da cidade, mas na estrutura administrativa que ainda hoje sustenta Goiás. Uma verdadeira viagem no tempo que nos permite apreciar a grandiosidade de um período que, mesmo após tantos anos, continua a reverberar com energia e inovação.

Ao olhar para o prédio do antigo BEG, estamos não apenas recordando um marco histórico, mas também reconhecendo a vibrante trajetória de Goiânia, uma cidade que soube, e ainda sabe, se reinventar.

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Goiás já teve banco próprio e que era orgulho da população

Inaugurado oficialmente em 18 de maio de 1955, o Banco do Estado de Goiás S/A (BEG), foi uma sociedade de economia mista, controlada pelo Governo do Estado de Goiás, com sede em Goiânia.

Foto: Afabeg

O Banco foi criado pela iniciativa do Estado de Goiás em conjunto com os bancos Imobiliário, Mercantil do Oeste Brasileiro, Casa Bancária da Produção e Crédito (Pró-Crédito), e Banco de Goiás. Quando iniciou suas operações, o Banco tinha cinco unidades além de Goiânia, em Cidade de Goiás, Anápolis, Ceres, Ipameri e Nerópolis.

Num outro 18 de maio, em 1964, quando o BEG festejava o seu 9º aniversário, aconteceu um dos mais importantes momentos na vida da empresa: a inauguração da sede própria, o importante edifício da Praça do Bandeirante, com seus nove andares. Construção moderníssima, a primeira no Estado a ter uma central de ar-condicionado, atraía atenções. E era muito grande: o Banco: só ocupava do subsolo até o 3º andar. Os pavimentos de 4º a 7º eram alugados e o 8 º sediava a Associação dos Servidores, a recém-criada ASBEG. No 9º morava o zelador.

Foto: Afabeg

Em 31 de maio de 1999, devido a nova politica de desestatização, diversos bancos estaduais do país foram vendidos, privatizados e ou incorporados pela iniciativa privada. Essa política do Banco Central obrigou o estado de Goiás a passar o controle para o Governo Federal, que ao final acabou privatizando o BEG.

Pouco antes da federalização, o BEG contava com 268 pontos de atendimento, sendo 152 agências bancárias e 116 postos de serviços, em 188 municípios goianos. Contava, também com agências nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal, contava com uma DTVM própria e uma corretora de seguros.

Foto: Afabeg

Sua missão principal, como maior instituição financeira do Estado, era o fomento e o desenvolvimento da economia regional.

No dia 04 de dezembro de 2001, a instituição financeira foi vendida num leilão de privatização na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, cujo valor inicial era de R$ 300,72 milhões, e adquirido pelo Itaú, pelo valor de R$ 665 milhões.

 

Afabeg

A AfaBeg – Associação dos Aposentados e Pensionistas do Banco BEG foi criada em 14 de setembro de 1988, como Associação dos Funcionários Antigos e Aposentados do BEG, a partir da iniciativa de um grupo de beguianos que desejavam perpetuar os laços de amizade e representar e defender os interesses dos funcionários antigos e aposentados do BEG.

Com a venda do BEG para o Banco Itaú, o número de aposentados cresceu o que levou à alteração do nome da Associação, acrescentando-se aos seus objetivos o de representar e defender os interesses dos aposentados e pensionistas junto ao conglomerado Itaú Unibanco.

A AfaBeg é uma sociedade de caráter civil com personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, tendo as suas atividade reguladas pela legislação civil pertinente, por Estatuto e pelas demais normas emanadas dos órgãos próprios.

 

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Foto de Capa: Afabeg