Localizada no coração de Goiás, a cidade de Inhumas é um verdadeiro tesouro escondido, rica em história, cultura e belezas naturais. Situada a apenas 50 km de Goiânia, Inhumas é chamada de “Princesinha do Cerrado”e oferece uma mistura única de tradições antigas e desenvolvimento moderno, tornando-se um destino imperdível para turistas que desejam explorar o interior do Brasil.
Geografia e economia da Princesinha do Cerrado
Inhumas abrange uma área de aproximadamente 613 km² e possui uma população estimada em 53 mil habitantes. Com um relevo predominantemente plano e altitudes médias de 700 metros, a cidade desfruta de um clima tropical, com uma estação chuvosa de outubro a março e uma seca de abril a setembro. O Córrego do Meio atravessa a cidade, proporcionando um importante recurso hídrico e um ponto de lazer para os moradores e visitantes.
A economia local é diversificada, destacando-se na agricultura e na indústria. Inhumas é um importante produtor de leite e derivados, além de cultivar soja, milho e tomate. A cidade também abriga indústrias alimentícias e têxteis, contribuindo significativamente para a economia regional. A produção leiteira é uma das principais atividades econômicas, com inúmeras fazendas leiteiras que abastecem não só o mercado local, mas também outras regiões do estado.
Além da agricultura e da pecuária, Inhumas tem uma crescente participação no setor industrial. Empresas de alimentos e bebidas, além de confecções têxteis, têm se estabelecido na cidade, atraindo investimentos e gerando empregos. A presença de cooperativas agrícolas também fortalece a economia local, promovendo o desenvolvimento sustentável e o crescimento econômico da região.
História e desenvolvimento da “Princesinha do Cerrado”
Inhumas é chamada carinhosamente de Princesinha do Cerrado. Prefeitura Municipal
A história de Inhumas começa no século XIX, quando a cidade era um ponto de descanso para tropeiros na Estrada Real, que ligava a cidade de Goiás, então capital da província. Originalmente chamada de Goiabeira, devido à abundância de goiabeiras na região, a cidade começou como uma fazenda de gado. Em 1858, Félix Rodrigues adquiriu a fazenda Goiabeira, marcando o início da formação do município.
Durante os primeiros anos, as terras de Inhumas eram utilizadas sem muito rigor da lei, sendo apropriadas principalmente por agregados e posseiros. Essa prática gerou conflitos de terra e desafios na demarcação das propriedades. A fazenda Goiabeira foi oficialmente registrada em 20 de setembro de 1858, e o vilarejo foi elevado a distrito em 27 de março de 1896. Em 1908, o nome foi alterado para Inhumas, em referência a uma ave local.
A elevação de Inhumas à categoria de município ocorreu em 1931, graças aos esforços de Pedro Ludovico Teixeira, interventor federal no estado de Goiás. A visita de Juscelino Kubitschek na década de 1950 foi um marco para a cidade, impulsionando investimentos em infraestrutura e serviços públicos. Durante essa época, a cidade recebeu melhorias significativas em suas estradas, escolas e hospitais, o que contribuiu para seu desenvolvimento urbano e econômico.
Influências imigratórias da Princesinha do Cerrado
Inhumas recebeu uma significativa onda de imigrantes durante a década de 1930, atraídos pela fertilidade das terras e pela proximidade com a capital. Imigrantes sírio-libaneses, italianos, japoneses e portugueses contribuíram para o desenvolvimento econômico e cultural da cidade. Os sírio-libaneses foram pioneiros no comércio local, abrindo lojas
na Rua Goiás e construindo os primeiros sobrados, chamados bungalows, que por lei estavam isentos de IPTU. Essas construções ajudaram a moldar o centro urbano de Inhumas, criando uma identidade arquitetônica única.
Os japoneses se dedicaram à horticultura, introduzindo novas técnicas agrícolas e influenciando os hábitos alimentares da comunidade. O cultivo de hortaliças frescas e frutas se tornou uma característica marcante da economia local, com mercados e feiras exibindo uma variedade impressionante de produtos. A colônia japonesa também organizou eventos culturais que ajudaram a promover a integração e a valorização das suas tradições.
Os italianos se destacaram na cafeicultura, cultivando café nas terras férteis da região conhecida como Serra Abaixo. A topografia dessa área, com suas elevações, lembrava regiões da Europa, facilitando a adaptação dos imigrantes italianos. Além disso, os italianos contribuíram para a indústria local e para o desenvolvimento da agricultura moderna na região.
Os portugueses também se dedicaram à cafeicultura e ao comércio, contribuindo para a prosperidade agrícola da cidade. A família Vila Verde, de origem espanhola, cultivou café em grande escala, ajudando a transformar a economia local.
Cultura e Folclore
A cultura de Inhumas é rica e diversificada, refletindo as influências indígenas, africanas e europeias. A cidade celebra diversas festas tradicionais que são importantes para a identidade cultural e o turismo local.
A Festa de Nossa Senhora Santana, padroeira do município, é realizada em julho e atrai milhares de visitantes. As festividades incluem procissões, missas, danças e comidas típicas, promovendo um ambiente de celebração e devoção. Outra festa importante é a Festa do Divino Espírito Santo, que inclui congadas e folias, preservando tradições centenárias que remontam aos tempos coloniais.
Inhumas também é conhecida por seu artesanato, especialmente na confecção de colchas e tapetes de tear. Esses produtos são valorizados por sua qualidade e beleza, e são comercializados em feiras e eventos, atraindo turistas em busca de peças autênticas. O artesanato local é um reflexo da habilidade e criatividade dos artesãos inhumenses, que mantêm vivas as tradições manuais passadas de geração em geração.
O Museu Histórico e Cultural de Inhumas é uma instituição importante na preservação da memória local. O acervo do museu inclui documentos, fotografias, objetos antigos e exposições sobre a história e cultura da cidade. Visitar o museu é uma oportunidade de mergulhar na rica história de Inhumas e compreender melhor as transformações que moldaram a cidade ao longo dos anos.
Gastronomia
A gastronomia de Inhumas reflete a riqueza agrícola da região e é um dos principais atrativos turísticos. Pratos típicos incluem o empadão goiano, feito com massa crocante e recheio de frango, linguiça e guariroba, e o arroz com pequi, fruto típico do cerrado que confere um sabor único às refeições.
A cidade é famosa pela produção de doces caseiros, como a goiabada e o doce de leite, que são comercializados em feiras e eventos locais. Esses doces são preparados de forma artesanal, seguindo receitas tradicionais que garantem a qualidade e o sabor autêntico dos produtos.
A Feira Gastronômica de Inhumas, realizada anualmente, é um evento que celebra a culinária local e atrai visitantes de diversas regiões. Durante a feira, chefs e cozinheiros apresentam pratos típicos e inovadores, destacando os ingredientes locais e promovendo a cultura gastronômica da cidade. A feira é uma excelente oportunidade para os turistas experimentarem a diversidade e riqueza dos sabores inhumenses.
Curiosidades
Outra atração é o Lago do Córrego do Meio, um ponto turístico popular para lazer e esportes aquáticos. O lago oferece infraestrutura para passeios de barco, pesca e piqueniques, sendo um local de encontro para famílias e amigos. A área ao redor do lago é bem cuidada, com trilhas para caminhada e espaços para atividades recreativas.
Inhumas também possui um legado histórico notável. A visita de Juscelino Kubitschek na década de 1950 marcou um período de modernização e desenvolvimento para a cidade. JK, como era conhecido, impulsionou investimentos em infraestrutura, melhorando estradas, escolas e hospitais, o que contribuiu para o crescimento urbano e econômico.
Formação Administrativa da Princesinha do Cerrado
A formação administrativa de Inhumas teve início com a compra da Fazenda Cedro por João Antônio da Barra Ramos em 1858. A fazenda foi posteriormente desenvolvida por Félix Rodrigues, que registrou a propriedade como Goiabeira. O distrito de Goiabeiras foi criado em 1896 e, em 1908, teve seu nome alterado para Inhumas, uma homenagem à ave local que habitava a região.
Em 1931, Inhumas foi elevada à categoria de município, desmembrando-se de Itaberaí. A luta política para a elevação do distrito a município contou com a participação de figuras importantes como Sizelísio Simões de Lima, Elpídio Luiz Brandão, Sebastião Almeida Guerra, José de Freitas Borges e Cesário Silva. Esses líderes comunitários foram fundamentais para o progresso e a autonomia administrativa da cidade.
Após a emancipação, Inhumas passou a ser administrada por prefeitos municipais, inicialmente nomeados pelo governo estadual e posteriormente eleitos diretamente pelo povo. A gestão local tem se focado em promover o desenvolvimento sustentável, preservando a cultura e o patrimônio histórico da cidade.
Inhumas é uma cidade que combina história, cultura e desenvolvimento econômico. Suas festas tradicionais, culinária rica e patrimônio histórico fazem dela um destino atraente para turistas que desejam explorar o interior de Goiás. Com uma economia robusta e uma comunidade acolhedora, Inhumas continua a crescer e a preservar suas raízes culturais, mantendo-se como um importante polo regional.
Visitar Inhumas é uma oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a rica história e as tradições de Goiás, enquanto desfruta de belezas naturais e uma gastronomia autêntica. Seja para participar das festas locais, explorar o artesanato ou simplesmente relaxar à beira do lago, Inhumas tem algo a oferecer para todos os gostos e interesses.
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