Cientistas encontraram vinho mais antigo do mundo ainda líquido

Uma das bebidas mais antigas e apreciadas da humanidade é o vinho, que está presente em várias culturas e histórias ao longo dos séculos. Recentemente, cientistas fizeram uma descoberta surpreendente: encontraram o vinho líquido mais antigo do mundo. Essa descoberta aconteceu no sul da Espanha e revelou muito sobre como nossos antepassados produziam e preservavam essa bebida secular. Vamos entender melhor essa descoberta e o que ela nos ensina sobre a história do vinho.

Uma descoberta incrível em Carmona

Em 2019, durante uma reforma em uma propriedade em Carmona, no sul da Espanha, arqueólogos encontraram algo extraordinário. Dentro de uma urna funerária de dois mil anos, havia 4,5 litros de um líquido avermelhado. Inicialmente, os cientistas não tinham certeza do que era, mas após análises detalhadas, descobriram que se tratava de vinho. Esta descoberta foi liderada por José Rafael Ruiz Arrebola, professor de Química Orgânica na Universidade de Córdoba.

O fato de o vinho ter sido encontrado em estado líquido é impressionante, já que o vinho é uma substância que evapora rapidamente e é quimicamente instável. O segredo para sua preservação foi um selo hermético na urna, que impediu a evaporação. Ainda assim, os cientistas não sabem exatamente como esse lacre foi formado, o que adiciona um elemento de mistério à descoberta.

Como o vinho era produzido na antiguidade

Para entender melhor a produção de vinho na antiguidade, cientistas das Universidades de Verona e do Cardeal Stefan Wyszyński analisaram cerâmicas usadas para fermentação de vinho. Eles compararam os artefatos romanos, conhecidos como dolia, com os recipientes modernos usados na República da Geórgia, chamados qvevri. Descobriram que, apesar das diferenças de material e técnicas, ambos os processos têm muitas semelhanças.

Na Roma antiga, os jarros de argila eram porosos e permitiam o contato do vinho com o ar durante a fermentação. Para evitar que o vinho absorvesse sabores indesejados, os romanos revestiam os jarros com piche de resina de pinheiro, enquanto os georgianos usavam cera de abelha. A forma oval dos jarros ajudava o mosto a circular, resultando em um vinho mais rico e equilibrado. A base fina dos jarros minimizava o contato dos resíduos sólidos da uva com o vinho em maturação, mantendo os sabores fortes e desagradáveis fora da bebida.

descoberta vinho mais antigo do mundo

Foto: Reprodução/ fatosdesconhecidos

Outro detalhe interessante era que os jarros eram enterrados, o que ajudava a controlar a temperatura e manter a fermentação estável. Atualmente, nos qvevri, a temperatura varia entre 13ºC e 28ºC, que é ideal para a fermentação malolática. Esta fermentação transforma os ácidos mais fortes em ácidos mais suaves, resultando em um vinho com um sabor mais suave e agradável.

O vinho da antiguidade

Análises químicas mostraram que o vinho encontrado era provavelmente vinho branco, devido à ausência de ácido siríngico e à alta qualidade dos sais minerais presentes, semelhante aos encontrados em vinhos finos modernos. A urna também continha outros itens valiosos, como marfim queimado e um anel de ouro, sugerindo que pertencia a uma família rica.

Antes dessa descoberta, a garrafa de Speyer, encontrada na Alemanha e datada de aproximadamente 1.700 anos, era considerada o vinho mais antigo do mundo. No entanto, a idade do vinho de Speyer não foi confirmada por análises químicas, o que torna a descoberta em Carmona ainda mais significativa.

A descoberta do vinho mais antigo do mundo em estado líquido é uma janela fascinante para o passado. Revela não apenas os métodos sofisticados de preservação utilizados pelos antigos, mas também a importância cultural e econômica do vinho ao longo da história. Esta descoberta nos mostra que, mesmo há dois mil anos, a produção de vinho era uma arte complexa e respeitada.

Atualmente, alguns vinicultores estão revisitando essas antigas técnicas para criar novos sabores e preservar a tradição. Assim, o vinho continua a ser uma ponte entre o passado e o presente, trazendo consigo histórias e segredos que nos encantam e enriquecem nosso entendimento da história humana.

Fonte: Fatos Desconhecidos

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Se você é fã de vinho ou apenas um curioso sobre essa bebida tão apreciada em todo o Brasil, prepare-se para aprender algumas curiosidades interessantes. Neste artigo, vamos te mostrar 20 fatos sobre o vinho que, provavelmente, você ainda não conhecia. Continue com a gente até o fim da leitura.

  1. Cada tipo de uva possui um cheiro característico conhecido como “aroma”. O cheiro completo do vinho é chamado de “bouquet”. Quando especialistas querem falar sobre ambos, usam o termo “nariz”.
  2. A degustação de vinhos envolve muito o olfato, e as mulheres costumam se destacar nisso devido a um olfato mais aguçado, especialmente na idade adulta.
  3. Ao girar a taça de vinho, você oxigena a bebida, liberando mais aromas. Por isso, encha apenas 1/3 da taça para poder girar sem derramar.
  4. As taças de vinho têm um formato que se estreita na boca para reter melhor os aromas, proporcionando uma experiência sensorial bem mais completa.
  5. Na Grécia Antiga, o anfitrião tomava o primeiro gole de vinho para mostrar que a bebida não estava envenenada, origem da expressão “saúde!”.
  6. Em Roma, colocava-se um pedaço de torrada no vinho para melhorar seu sabor, daí vem a palavra “toasting” (brinde).
  7. Na Roma Antiga, as mulheres não podiam beber vinho. Se fossem pegas fazendo isso, podiam ser mortas ou divorciadas. Hoje, felizmente, as coisas mudaram.
  8. A primeira menção visual ao vinho tem cerca de 5000 anos, encontrada em um painel Sumério chamado “Standard of Ur”.
  9. No ano de 1800 a.C., o Código de Hammurabi tinha uma lei que punia os vendedores de vinhos falsificados. A pena era a morte por afogamento.
  10. Quando a tumba do faraó Tutancâmon foi descoberta em 1922, os jarros de vinho encontrados continham informações tão detalhadas que poderiam ser legalmente aceitos hoje, incluindo o ano da safra e o nome do produtor.
  11. Estudos sugerem que beber vinho com moderação pode reduzir o risco de ataque cardíaco, Alzheimer e derrame.
  12. Além disso, mulheres que bebem duas taças de vinho por dia relatam uma vida sexual mais satisfatória.
  13. Por outro lado, alguns estudos indicam que o consumo exagerado de vinho pode aumentar o risco de câncer, especialmente no trato digestivo e mama. Portanto, moderação é a chave.
  14. O vinho tinto possui mais agentes antioxidantes que o vinho branco, o que pode ser benéfico para a saúde.
  15. O vinho tem um efeito maior em mulheres devido à menor quantidade de uma enzima que metaboliza o álcool.
  16. Evite armazenar o vinho na cozinha, onde o calor dos eletrodomésticos pode prejudicar a qualidade da bebida.
  17. Cheirar a rolha da garrafa não revela muito sobre o vinho, mas pode ajudar a identificar problemas como oxidação. Fique atento a rachaduras, umidade e rolhas quebradas.
  18. Apenas 5% dos vinhos melhoram com a idade. A maioria deve ser consumida em até um ano após ser colocada no mercado.
  19. Harmonizar vinho e comida cria uma sinergia, transformando os sabores em uma experiência única. Além disso, o vinho limpa as papilas gustativas, melhorando o sabor da próxima garfada.
  20. Durante a Lei Seca nos EUA (1920-1933), tentou-se remover qualquer menção ao vinho dos livros escolares e argumentar que o vinho da Bíblia era suco de uva.

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