Teremos El Niño em 2024? Especialistas explicam

O fenômeno climático, El Niño, é muito conhecido por elevar as temperaturas no mundo

Thiago Alonso
Por Thiago Alonso
El Nino 2
Foto: NOAA

Em 2023, vivemos um dos anos mais quentes da história. Altas temperaturas foram sentidas em todo o Brasil e no mundo. Seja pelo efeito estufa, ou crises climáticas, mas um dos principais fatores foi um fenômeno muito comum e conhecido, o El Niño.

Esse fenômeno climático ocorre quando as águas do Oceano Pacífico equatorial ficam mais quentes do que o normal. Isso altera a circulação atmosférica e afeta o clima em várias partes do mundo, especialmente nas regiões tropicais e subtropicais, entre elas, o Brasil.

O El Niño acontece a cada dois ou sete anos, geralmente entre dezembro e fevereiro, e dura de seis a 18 meses. Ele faz parte de um ciclo natural chamado Oscilação Sul-Oscilação (ENSO), que envolve também o La Niña, o oposto do El Niño, quando as águas do Pacífico ficam mais frias do que o normal.

O fenômeno tem um grande impacto no planeta, pois ele influencia temperatura, precipitação, ventos, correntes marítimas, biodiversidade, agricultura, pesca, saúde, energia, economia e a sociedade. Ele pode trazer benefícios para algumas regiões, mas também pode causar desastres naturais e humanitários para outras.

Foto: Divulgação

Um El Niño mais forte do que nunca em 2024
Segundo a NOAA americana (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional), que estuda o clima, há 62% de chance de o El Niño continuar até o meio de 2024. E não é um El Niño qualquer: ele pode ser classificado como “forte” ou até “historicamente forte”, com temperaturas acima de 1,5°C ou 2°C da média.

Isso significa que o fenômeno pode bater o recorde de calor que ele mesmo estabeleceu em 2016, quando o planeta teve o ano mais quente da história. Naquele ano, o El Niño atingiu uma anomalia de 2,3°C, a maior já registrada desde 1950, quando começaram as medições.

Um El Niño tão forte pode trazer consequências graves para o meio ambiente, como secas, enchentes, furacões, incêndios, erosão, desertificação, perda de biodiversidade, aumento do nível do mar, acidificação dos oceanos, redução da camada de ozônio e agravamento do efeito estufa.

El Nino em 2024

Foto: Divulgação

No Brasil, o fenômeno pode agravar a situação da Amazônia, que já sofre com o desmatamento e as queimadas. A floresta, que é responsável por cerca de 20% do oxigênio do planeta, pode perder ainda mais umidade e vegetação, aumentando as emissões de carbono e reduzindo a capacidade de absorver o gás.

Ele também pode alterar o regime de chuvas e a temperatura em outras regiões, afetando a agricultura, a energia e a saúde. O Nordeste pode enfrentar mais seca e escassez de água, o Sul e o Sudeste podem ter mais chuvas e enchentes, e o Centro-Oeste pode ter mais calor e incêndios.

Segundo André Amorim, gerente do Sistema de Meteorologia e Hidrologia de Goiás (CIMEHGO), o El Niño deve afetar o Brasil de formas diferentes.
“Mais ao Sul, chuvas irregulares devem continuar, mais ao norte, queimadas, e no centro-oeste uma instabilidade em calor, frio, chuvas e secas, o que afeta muito o trabalhador do campo”.

Por isso, é importante ficar de olho no El Niño e nas suas mudanças climáticas. Ele pode ser um grande espetáculo da natureza, mas também um grande desafio para a humanidade. Ele exige que sejamos mais conscientes, solidários e responsáveis com o nosso planeta e com as pessoas que nele vivem.

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