Conheça as bandas de Rock de Brasília que conquistaram o país

Conheça os sucessos que sacudiram a Capital entre os anos 80 e 2000

Redação Curta Mais
Por Redação Curta Mais

A cena musical de Brasília, capital do Brasil, tem papel fundamental na história do rock nacional e internacional.

Diversos grupos musicais nasceram na região e alcançaram reconhecimento global, contribuindo para colocar o rock brasileiro na cena mundial. São diversos nomes icônicos: Legião Urbana, Capital Inicial e Raimundos. Eles ajudaram a consolidar Brasília como um celeiro de talento e criatividade no cenário musical.

Nesta lista, trouxemos as jornadas dessas bandas que partiram de Brasília e deixaram uma marca duradoura na história do rock.

Aborto Elétrico

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Créditos: Correio Braziliense

O Aborto Elétrico começou em 1978. Na época a formação era composta por Felipe Lemos na bateria, Renato Russo no baixo e na voz e André Pretorius na guitarra. Com a saída de André Pretorius, Renato Russo passou para a guitarra e Flávio Lemos assumiu o baixo.

Mesmo não tendo gravado nada de forma oficial, a banda fazia sucesso entre os jovens da época no Distrito Federal. A banda acabou influenciando diversos jovens a desenvolverem seus próprios trabalhos musicais.

Legião Urbana

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Créditos: Wikipédia

A Legião Urbana foi uma das principais bandas do rock brasileiro. O grupo se formou em 1982.. Após algumas apresentações e outras formações, a banda chegou a seu trio original com Renato Russo (vocal e baixo), Dado Villa Lobos (guitarra) e Marcelo Bonfá (bateria).

Após um show no Circo Voador em 1983 o grupo foi convidado a gravar uma “fita demo” para a EMI. Percebendo a dificuldade de Renato em cantar e tocar o baixo ao mesmo tempo, Marcelo Bonfá sugeriu a entrada do baixista Renato Rocha, que completou o quarteto em 1984, época das gravações do primeiro disco.

Lançado em 1985, o primeiro disco, que tinha o mesmo nome da banda, carregava temáticas politizadas e inúmeros hits contestadores ou românticos, como “Geração Coca Cola”, “Será” e “Por Enquanto”. O segundo disco, Dois, também foi um grande sucesso, puxado por canções como “Tempo Perdido”, “Índios”, “Eduardo e Mônica”, entre outras.

O álbum seguinte, “As Quatro Estações”, é considerado por muitos o melhor e mais maduro trabalho da banda. Foi o álbum mais vendido e com o maior número de hits (das onze canções, nove foram para as rádios). O ex-baixista Renato Rocha até chegou a gravar algumas linhas, mas deixou a banda e teve seu trabalho regravado por Dado e Renato Russo, alternadamente.

O último trabalho da banda, “A Tempestade ou O Livro dos Dias”, viu um debilitado Renato Russo. O artista estava sem condições, inclusive, de participar da sessão de fotos do encarte. O álbum melancólico apresenta-se muitas vezes como uma despedida. 21 dias depois do lançamento do disco, Renato faleceu.

Ouça Agora um dos sucessos mais memoráveis do grupo: Tempo Perdido

Capital Inicial

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Créditos: Capital Inicial 

O Capital Inicial nasceu em 1982. A banda foi idealizada pelos irmãos Fê (bateria) e Flávio Lemos (baixo) após o encerramento das atividades da banda Aborto Elétrico, com a participação de seus ex-integrantes, ao lado de Renato Russo, e Loro Jones (guitarra), provindo da banda Blitz 64. Em 1983, Dinho Ouro-Preto, após um estágio como baixista da banda “dado e o reino animal” (escrito com letras minúsculas), em que também tocavam Dado Villa Lobos e Marcelo Bonfá, após realizar uma audição para vocalista, entra oficialmente no Capital Inicial.

O primeiro LP, “Capital Inicial”, já pela gravadora Polygram, foi lançado em 1986 e obteve ótimas críticas da imprensa especializada. O LP trazia músicas como “Música Urbana”, “Psicopata”, “Fátima”, “Veraneio Vascaína” (censurada pela Polícia Federal), “Leve Desespero” entre outras, com esse álbum o Capital Inicial conquista o seu primeiro Disco de Ouro.

No ano seguinte, 1987, a banda convida o tecladista Bozzo Barretti para fazer parte de sua formação e lança seu segundo disco, “Independência”, emplacando os hits “Prova”, “Independência”, e a regravação de “Descendo o Rio Nilo”. Mais uma vez a banda conquista o que seria o segundo Disco de Ouro. Em 1992 começam os desentendimentos no Capital Inicial, o tecladista Bozzo Barretti deixa o grupo, e em 1993, as divergências musicais e pessoais levam o vocalista Dinho Ouro Preto a seguir carreira solo.

Durante este tempo, o Capital Inicial, segue com o santista Murilo Lima (ex-banda Rúcula) nos vocais, mas praticamente desaparece da mídia, levando muitos a acreditar que a banda havia acabado. Porém, a banda se manteve ativa.

Em março de 1998, mais amadurecidos os 4 integrantes originais do Capital Inicial decidem retomar a banda e voltar aos palcos, graças ao grande apoio dos fãs que mantiveram a banda viva durante esse tempo fora da mídia. Com o lançamento do álbum “O Melhor do Capital Inicial”, pela gravadora Polygram, com as músicas de maior sucesso da banda.

Em fevereiro de 2002, Loro Jones sai da banda. O guitarrista reclamou do excesso de trabalho, com mais de 150 shows e o agravante de que ao contrário dos companheiros de banda, Jones ainda residia em Brasília, levando-o a constantes deslocamentos para São Paulo.

Assim, Yves Passarel, da banda Viper, assume a guitarra do Capital Inicial, e no mesmo ano a banda lança o disco “Rosas e Vinho Tinto” pela Sony Music. Os hits “À sua maneira” e “mais” explodem nas rádios e o disco alcança a marca de 200.000 cópias vendidas.

 

Raimundos

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Créditos: CNN Brasil 

A banda tem mais de 30 anos de estrada e muitas histórias na bagagem. Sem falar nas músicas, que marcaram e ainda marcam gerações de roqueiros brasileiros.

Depois de alguns shows na capital federal, a banda se separou pela primeira vez, em 1990. O rompimento aconteceu porque Rodolfo se casou e foi morar no Rio de Janeiro e Canisso teve um filho.

Porém, um tempo depois, eles receberam um convite para tocar em Goiânia e resolveram reunir os Raimundos. Digão, por conta de problemas auditivos, preferiu tocar guitarra e Fred, que já era fã da banda, assumiu a bateria.

O primeiro álbum, Raimundos, foi lançado um ano depois, pelo selo independente Banguela Records. Nas músicas, o estilo característico do grupo já estava presente: forró com hardcore e letras bem debochadas.

Os próximos álbuns também deram o que falar e colocaram a banda no topo das paradas. Mas, apesar de todo o sucesso, Rodolfo decidiu deixar o grupo em 2001.

O ex-vocalista explicou que saiu porque não estava satisfeito com as suas escolhas pessoais, principalmente em relação às drogas. Tanto que, pouco tempo depois, ele preferiu se dedicar à carreira gospel.

Com outros integrantes, o Raimundos iniciou uma turnê em 2008. O som se tornou mais pesado e tentou se diferenciar ao máximo da formação original. Hoje, a banda está recuperando não só os fãs das antigas. Os mais novos já estão curtindo o som hard rock do grupo e comparecendo aos shows.

Plebe Rude

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Créditos: Correio Braziliense

Banda formada nos anos 80 por Philippe Seabra, Gutje, André X e Jander Bilaphra. Em Brasília, fizeram parte da turma da Colina, integrada por outras bandas como Paralamas do Sucesso e Aborto Elétrico (que posteriormente deu origem Capital Inicial e Legião Urbana).

O grupo dissolveu-se em meados dos anos 90, voltando a reunir-se em 2000 para gravar um álbum ao vivo, intitulado Enquanto a Trégua Não Vem. Em 2003, Gutje e Jander Bilaphra deixam a banda. A Plebe Rude volta na forma definitiva com Clemente, que também integra a banda Inocentes e Totxa, que já havia integrado a banda Maskavo Roots. Em 2006, com esta nova formação, lançaram o álbum intitulado R ao contrário.

 

Foto: Winnie Affonso

 

Scalene

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Créditos: G1 Globo

Conquistando cada vez mais espaço no cenário musical brasileiro a Banda Scalene vem se destacando por trazer elementos de diversas vertentes do rock e as combinando com uma pitada de experimentalismo, criando assim sua identidade forte e contagiante. O quarteto de Brasília formado por Gustavo Bertoni (Vocal e Guitarra), Philipe Conde (Vocal e Bateria), Tomás Bertoni (Guitarra) e Lucas Furtado (Contrabaixo), apesar de jovem, ja trás uma grande bagagem adquirida em seus pouco mais de 4 anos de existência.

Em Agosto de 2012 a banda passa por uma mudança de formação com a saída da vocalista Alexia. Entretanto isso não diminuiu o ritmo dos quatro membros da banda que em pouco tempo se reestruturaram e regravaram algumas músicas de seu álbum na nova formação. Estas regravações deram origem ao “Cromático EP” e seu lançamento ocorreu junto ao clipe da canção “Nunca Apague a Luz”, consolidando a imagem da banda como um quarteto. Na mesma época foram lançados os fã-clipes de Semitom e Tempos Modernos, 100% produzidos pelos fãs da banda utilizando filmagens de um show feito em Brasília.

Em 2015 foi lançado mais um álbum de estúdio, intitulado “Éter”, contendo 12 músicas inéditas. Meses depois disso, a banda participou do programa de televisão ‘Superstar’, terminando em segundo lugar. No ano seguinte foi lançado o double “Entrelaços/Inércia”, realizando-se algum tempo depois disso a gravação de seu primeiro DVD, em Brasília, incluído neste a música inédita ‘Vultos’ e mais 21 músicas dos álbuns anteriores.

Em 18 de Agosto de 2017 foi lançado seu último álbum até então, “magnetite”, com mais 12 faixas exclusivas mesclando estilos experimentais e anteriores da banda.

Imagem de capa: Capital Inicial