UFG concede patente de fitomedicamento que auxilia no tratamento de pacientes com câncer
O próximo passo agora é apresentar a Anvisa com toda documentação necessária para a obtenção do registro
A Universidade Federal de Goiás obteve uma enorme conquista nestes últimos dias. As faculdades de Farmácia e Odontologia realizaram o pedido de registro de patente de um medicamento para tratamento de uma condição comum em pacientes em tratamentos quimioterápico/radioterápico: a mucosite. O Fitoprot é um fitomedicamento inovador, 100% idealizado e desenvolvido em Goiás e com sua eficácia cientificamente demonstrada para tratar a mucosite oral.
O medicamento teve sua patente concedida, em janeiro, nos Estados Unidos e, em março, no Brasil. A forma farmacêutica investigada pelos pesquisadores foi a de um enxaguatório bucal, que possui propriedade mucoadesiva, ou seja, fica por mais tempo no local de ação, a mucosa.
A mucosite é uma inflamação dolorosa e debilitante de todo o trato gastrointestinal que pode variar de leve vermelhidão da mucosa até ulcerações graves. Isso acontece porque, geralmente, os medicamentos para o tratamento do câncer não são específicos contra as células do tumor, ou seja, destroem as células tumorais, mas também lesam células normais. Essa condição pode causar ao paciente a incapacidade de se alimentar, má nutrição, perda de peso e desidratação, além de aumentar a chance de ele adquirir uma infecção oportunista.
Sobre o medicamento, a UFG abrigou todas as etapas de desenvolvimento da formulação do Fitoprot, bem como as etapas pré-clínicas e a avaliação das amostras biológicas de pacientes. Já a etapa clínica de fase 2 foi realizada em cooperação com o Hospital Araújo Jorge. À FBM Indústria Farmacêutica, coube o escalonamento da formulação, produção de lote piloto e controle de qualidade da formulação.
Agora, com a concessão da patente, o próximo passo, já em curso, é apresentar à Anvisa toda a documentação para a obtenção do registro do produto, que inclui os dados de segurança, eficácia e qualidade de fabricação. Com o registro na Anvisa, a empresa adquire a autorização sanitária para a comercialização do produto.
Os responsáveis pelo projeto são os pesquisadores e também professores, Marize Campos Valadares, Aline de Carvalho Batista, Elismauro Francisco Mendonça, Ricardo neves Marreto e Eliana Martins Lima.
Foto: Divulgação