A produção de arte contemporânea em Goiânia tem atraído atenção internacional, evidenciada pela participação do artista Dalton Paula na Bienal de Veneza. Representado pela Cerrado Galeria, Paula é parte de um movimento artístico goiano que se destaca por temas regionais e autênticos.

O curador da Cerrado Galeria, Divino Sobral, destaca o início da arte contemporânea em Goiânia na década de 1970, com artistas como Siron Franco. A produção goiana é marcada por uma diversidade de temas e formas que ultrapassam as fronteiras tradicionais da arte. Segundo Sobral, a inauguração do Museu de Arte Contemporânea de Goiás em 1988 foi um marco significativo.

Os artistas goianos exploram linguagens, materiais e suportes não convencionais, abordando temas como o agronegócio e as mitologias urbanas. Júlia Mazzutti, diretora da Cerrado Galeria, afirma que as referências culturais regionais tornam o trabalho desses artistas único no cenário nacional e internacional.

Obra do artista Dalton Paula na Bienal de Veneza (crédito – Paulo Rezende)

A arte contemporânea também influencia a arquitetura local. O artista e arquiteto Talles Lopes destaca o papel da produção artística crítica na compreensão do contexto histórico e geográfico de Goiânia. Lopes utiliza a arquitetura como elemento para discutir questões históricas e políticas, tendo apresentado seu trabalho em diversos espaços renomados.

A Cerrado Galeria tem contribuído para a descentralização do eixo Rio-São Paulo, fortalecendo a produção de arte no Centro-Oeste. A galeria, fundada em 2023, promove a expansão da arte regional no mercado nacional e internacional. Além de Goiânia, possui uma unidade em Brasília e planeja expandir suas atividades.