A ‘Roma Negra’ fica no Nordeste do Brasil é encantadora e atrai turistas que gostam de balada

Conheça a tradição criada por Dodô e Osmar que transformou a 'Roma Negra' em um ícone de alegria e celebração. Junte-se aos milhões de foliões e sinta o coração da Bahia pulsar no ritmo do Carnaval

Fernanda Cappellesso
Por Fernanda Cappellesso
Capital da Bahia é conhecida como 'Roma Negra'
Capital da Bahia é conhecida como 'Roma Negra'

Salvador, a capital da Bahia, é uma cidade onde a história, a cultura e a beleza natural se encontram de maneira espetacular. Conhecida como a “Roma Negra”, Salvador é um tesouro de rica herança afro-brasileira, arquitetura colonial deslumbrante e praias paradisíacas. Este destino vibrante e diversificado celebra seu patrimônio cultural, abraçando novas influências e ideias.

A cidade é a primeira capital do Brasil. Fundada em 1549, Salvador desempenhou um papel crucial na história do Brasil, sendo um importante centro durante o período colonial. A cidade foi o primeiro mercado de escravos do Novo Mundo e um ponto de convergência de culturas europeias, africanas e ameríndias, algo que ainda hoje é visível, especialmente em seu centro histórico, rico em patrimônio cultural tangível e intangível​​​​.

A cidade foi fundada em 1549 em uma pequena península que separa a Baía de Todos os Santos do Oceano Atlântico. Salvador se tornou a primeira capital do Brasil e o primeiro mercado de escravos do Novo Mundo, desempenhando um papel crucial na história do país. A mistura de culturas europeias, africanas e ameríndias é evidente até hoje, especialmente no centro histórico rico em patrimônio cultural tangível e intangível.

Um dos marcos mais icônicos de Salvador é o Pelourinho, um bairro histórico conhecido por sua arquitetura colonial colorida e ruas de paralelepípedos. Este sítio do Patrimônio Mundial da UNESCO é o coração cultural da cidade, abrigando o Museu Afro-Brasileiro e a Fundação Jorge Amado. Outros marcos notáveis incluem o Forte de Santo Antônio da Barra, que abriga o Museu Náutico da Bahia, o Mercado Modelo, repleto de artesanato local e iguarias, e o Farol da Barra, um dos mais antigos do Brasil.

A culinária baiana é um símbolo de Salvador, destacando-se o acarajé, uma iguaria tradicional vendida por baianas em barracas de rua. A música também desempenha um papel fundamental na identidade de Salvador. Grupos como Olodum e Ilê Aiyê são atrações turísticas populares, com ensaios e apresentações que exibem ritmos africanos e percussão.

O turismo cultural é uma faceta importante da economia de Salvador. A revitalização do centro histórico na década de 1990 foi um dos projetos urbanos mais ambiciosos do país, envolvendo a recuperação de muitos edifícios em deterioração. No entanto, há um desafio contínuo para equilibrar o uso turístico com a conservação do patrimônio histórico.

Além de sua rica cultura e história, Salvador é cercada por praias deslumbrantes, como a Porto da Barra. Para uma experiência única, um cruzeiro de escuna pela Baía de Todos os Santos oferece vistas maravilhosas da cidade e leva os visitantes à Ilha dos Frades e à Ilha de Itaparica.

Por fim, Salvador abriu recentemente o Museu da Cidade da Música, celebrando seu patrimônio musical e sendo reconhecida como uma Cidade Criativa da Música pela UNESCO. O museu, instalado em uma mansão histórica, exibe mais de 800 horas de conteúdo relacionado à música da Bahia, apresentado por meio de exposições audiovisuais interativas.

Em resumo, Salvador é uma cidade onde cada rua, cada praça e cada edifício conta uma história. A cidade oferece uma experiência inesquecível para aqueles que buscam entender a alma do Brasil.

Porque Salvador é chamada de ‘Roma Negra’

Salvador é frequentemente chamada de “Roma Negra” devido à sua forte e influente cultura afro-brasileira. Esta expressão foi originada pela mãe de santo Eugênia Ana Santos, conhecida como Mãe Aninha, do Axé Opô Afonjá, durante um depoimento à antropóloga americana Ruth Landes nos anos 1930. Mãe Aninha comparou Salvador com Roma, indicando que, assim como Roma é o centro do catolicismo, Salvador seria o centro do culto aos orixás.

Essa comparação ressalta a importância de Salvador como um ponto central da religiosidade afro-brasileira e um espaço onde a cultura negra é predominante e profundamente enraizada. Ao longo dos anos, a cidade se tornou um símbolo de resistência e preservação da cultura afro-brasileira, manifestando-se em várias formas, como a música, dança, religião, e culinária.

O termo “Roma Negra” reflete não apenas a rica história cultural da cidade, mas também a luta contínua contra o racismo e a marginalização, marcando Salvador como um lugar de resistência negra e valorização da herança africana no Brasil. A cidade é reconhecida por sua vibrante cena artística, sua gastronomia influenciada pela diáspora africana e por ser um local onde tradições ancestrais continuam a florescer em meio à modernidade.

Carnaval da ‘Roma Negra’

O Carnaval de Salvador é uma celebração vibrante e culturalmente rica, conhecida mundialmente por sua animação e diversidade. Reconhecido pelo Guinness como o maior Carnaval de rua do mundo desde 2004, o evento atrai milhões de pessoas, tanto locais quanto turistas. Em 2020, por exemplo, cerca de 16,5 milhões de pessoas circularam pelas ruas da capital baiana durante o Carnaval, incluindo 854 mil turistas.

Historicamente, o Carnaval de Salvador começou a tomar forma na década de 1950 com a invenção do trio elétrico por Dodô e Osmar, uma inovação que transformou a experiência do Carnaval. O trio elétrico, uma estrutura musical montada em grandes caminhões, se tornou uma das principais características do Carnaval da cidade, atraindo milhões de foliões pelas ruas ao som de músicos de axé.

O Carnaval de Salvador é organizado em três circuitos principais: Osmar (Avenida), Batatinha (região do centro histórico) e Dodô (Barra-Ondina), cada um oferecendo experiências únicas. O evento também é marcado pela presença de blocos afros e afoxés, que resgatam aspectos importantes da cultura africana, como a vestimenta e os instrumentos musicais. O Ilê Aiyê é um dos blocos afros mais populares de Salvador.

A axé music, um gênero musical que surgiu da união entre o afoxé, maracatu, forró e frevo, é um ritmo tipicamente baiano e muito presente no Carnaval de Salvador. Cantoras como Daniela Mercury, Ivete Sangalo e Cláudia Leitte ajudaram a espalhar o axé music pelo Brasil, garantindo a animação durante todos os dias da festa.

Essas informações mostram como o Carnaval de Salvador é uma manifestação cultural dinâmica e diversificada, refletindo a rica história e a energia da cidade.

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