Teatro histórico de Pirenópolis reabre após restauração

Mariane Faz
Por Mariane Faz
Foto: divulgação

Após um período de dez anos fechado por questões estruturais, o Teatro de Pirenópolis, um dos mais antigos do Brasil, celebra sua reabertura ao público em 25 de novembro.

Com um investimento de R$5,1 milhões do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o local passou por um processo de restauração que visou preservar suas características originais, garantindo que continue a ser um espaço cultural significativo para a região.

As obras de restauração, iniciadas em 2019 e interrompidas temporariamente devido à pandemia, foram retomadas neste ano e concluídas recentemente.

O presidente do Iphan, Leandro Grass, expressou sua satisfação: “Com muita alegria e muita gratidão, com muita honra, nós devolvemos ao povo de Pirenópolis esse importante teatro. Espero que ele seja palco de cidadania, de muitas oportunidades de vida para todos e todas.”

 

Restauração que Preserva a História

Interior do Theatro de Pirenópolis | Foto: Mariana Alves/Iphan

Durante o processo de restauração, as características arquitetônicas originais do Teatro de Pirenópolis foram cuidadosamente preservadas. O estilo colonial, a estrutura de madeira e as paredes de adobe foram mantidos, enquanto elementos vitais foram modernizados para garantir a segurança e o conforto dos visitantes.

As melhorias incluem a recuperação do palco, arquibancadas e camarim, instalações elétricas e hidrossanitárias modernas, climatização, sistema de proteção contra descargas atmosféricas, equipamentos de prevenção e combate a incêndios, iluminação de emergência, cabeamento estruturado, novas poltronas e banheiros com acessibilidade.

 

História Riquíssima

Construído no final do século XIX por Sebastião Pompeu de Pina, o Teatro Sebastião Pompeu de Pina, conhecido como Theatro Sebastião Pompeu de Pina, é um marco histórico na região. Inaugurado em 1901, o teatro já testemunhou uma variedade de eventos culturais, incluindo peças teatrais, óperas e apresentações de dança.

Ao longo dos anos, o Teatro de Pirenópolis desempenhou diversos papéis, servindo como cinema, serraria, fábrica de móveis, casa comercial, bar, garagem e armarinho.

Construído por iniciativa do lavrador Sebastião Pompeu de Pina, que contou com a ajuda da comunidade, através alimentos, roupas e animais doados para serem leiloados, e da esposa, que vendeu biscoitos para arrecadar dinheiro para sua construção. Demorou doze anos para ser erguido, sendo fundado em 1999.

Seu estilo construtivo é híbrido, luso-brasileiro, com estrutura de madeira aparente e paredes de adobe. Por décadas foi intensamente utilizado, para apresentações de óperas, danças e peças teatrais. Naquele tempo, início do século XX, as peças, principalmente as operetas, duravam várias horas com vários atos, entre um ato e outro, enquanto se preparava o palco, as famílias se entretiam trocando quitandas, cafés, lanches e bebidas. Crianças dormiam em colchões improvisados e músicos afinavam seus instrumentos.

A partir de 1945, o Teatro de Pirenópolis passou a funcionar como cinema, depois como serraria, fábrica de móveis e casa comercial. Chegando a virar bar, garagem e armarinho.

Em 1979, a Fundação Cultural do Estado de Goiás comprou o prédio, que o restaurou. Tombado como patrimônio em 1988, somente em 1990 é que voltou a funcionar como teatro, sendo interditado em 1997 por perigo de desabamento, quando iniciou-se um amplo trabalho de restauração e reforma.

A restauração, concluída em 1999, comemorando o centenário de sua fundação, conservou a fachada, a estrutura e a volumetria original, introduzindo vários recursos técnicos que adaptaram e modernizaram sua estrutura interna, dando melhores condições técnicas aos atores e maior conforto à platéia. As poltronas da platéia foram acolchoadas, assim como sua declividade aumentada. Foram instalados sistemas de isolamento acústico, de exaustão e ventilação; equipamentos para acústica, como rebatedores e mudança no alinhamento de paredes. E foram instalados equipamentos de som e luz, além de camarins, oficinas e depósitos sob o palco, entre outros.

Em 2003, foi instalado um ar condicionado, uma vez que os sistemas de ventilação e exaustão não funcionaram a contento.

 

Com sua revitalização, a história centenária do teatro continua, oferecendo um espaço cultural único para as futuras gerações.

 

 

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