Conheça a ilha brasileira que é habitada apenas por serpentes venenosas

Belíssima de longe, a ilha é considerada a mais mortal do mundo com cerca de 4 mil jararacas-ilhoa

Marcelo Albuquerque
Por Marcelo Albuquerque
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Parece coisa de filme de terror mas esse lugar assustadoramente belo existe e fica no Brasil. Mais precisamente no litoral sul paulista, a 30 km da costa de Itanhaém. A ilhota atende pelo nome de Queimada Grande, não tem sinal de celular, não possui fonte de água potável e o acesso só é possível por complexos desembarques sobre pedras, no agitado norte da ilha.

De longe, o lugar é bastante convidativo, mas o perigo mora exatamente dentro dela, a anfitriã do endereço: a perigossíssima jararaca-ilhoa. Considerado uma das serpentes mais venenosas do planeta, esse animal é a única espécie a manter residência fixa nesse pedaço de terra de 23 hectares. Por esse motivo, o local também é conhecido como Ilha das Cobras. A ilha está infestada com cerca de 4.000 jararacas-ilhoa, uma das serpentes mais letais em todo o mundo.

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Fotos: Prefeitura de Itanhaém.

Segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO), o local abriga 2 mil serpentes, ou seja, são 86 cobras, aproximadamente, para cada hectare (1 hectare equivale a 10 mil m²).

Um estudo divulgado pela prefeitura de Itanhaém afirma que, em um único dia, é possível ficar de cara com 60 dessas serpentes!

Sem predadores e com a habilidade de subir em árvores, a jararaca-ilhoa domina essa ilha com acesso apenas para pesquisadores e sem praia para desembarque. Exclusivos das Ilhas da Queimada Pequena e Grande, esses animais teriam ficado na ilha, após o fim da última era glacial no planeta, há 10 mil anos, que isolaria esse morro com a subida do nível do mar.

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Em risco de extinção, essas serpentes são um aliado na criação de remédios contra doenças circulatórias e cardíacas.

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Curiosamente, o local é um dos pontos de mergulho mais conhecidos do litoral sul de São Paulo.

Com profundidade média de 14 metros e visibilidade de 20 metros, a região é marcada por pedras e areia, onde podem ser vistos os naufrágios Rio Negro (1893) e Tocantins (1933), em melhor estado de conservação. A melhor época para a prática de mergulho vai de novembro a julho.

Programa de TV mostra visita a Ilha Queimada Grande, confira o vídeo:

Mergulha na Ilha Queimada Grande (um dos melhores do país), assista: