Taxistas fazem protesto contra o Uber em Goiânia

Cerca de 300 carros bloquearam a via de acesso do aeroporto Santa Genoveva na manhã desta terça

Marcelo Albuquerque
Por Marcelo Albuquerque
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Uma manifestação envovendo cerca de 300 taxistas bloqueou por alguns minutos a via de acesso do aeroporto de Goiânia no período da manhã desta terça-feira (23). O protesto foi contra o Uber e os demais aplicativos de transporte de passageiros e percorreu outros pontos da cidade com paradas no Terminal Rodoviário e no Paço Municipal (sede da Prefeitura).

O movimento faz parte de uma mobilização nacional dos taxistas chamada de “Dia D, Dia da Injustiça”, mas a ideia não contou com a adesão da maioria da categoria que tem 2.000 permissionários.

Segundo a Associação dos Permissionários de Táxi de Goiânia (Aspertagyn), este não é o caminho. “Estamos num momento delicado, onde a própria opinião pública está contra o táxi. Ações como esta só pioram a situação tumultuando o trânsito e gerando ainda mais desgaste para nossa imagem. Nosso movimento realmente caiu em média 60% mas precisamos sensibilizar as autoridades e a população com ações positivas com a melhoria dos nossos serviços”, afirma Hugo Nascimento, presidente da Aspertagyn.

Algumas cooperativas já oferecem a opção de táxi executivo com jornais, revistas, água, internet sem fio e motoristas de terno e gravata.

Já o vice-presidente do Sindicato dos Taxistas de Goiânia (SindiTaxi), Júlio Soares, vê as manifestações como saída e aponta o Uber como principal responsável pela crise do setor. “O Uber é o depredador da nossa categoria. Nós demoramos 80 anos para montar uma frota de dois mil táxis e o Uber, em cinco meses, já tem cinco mil em Goiânia. Isso não tem condição. Eles estão pegando o nosso cliente, o do transporte coletivo e do moto táxi também, então são várias categorias que estão sendo prejudicadas”.

Ainda de acordo com o Júlio, os taxistas não são contra os aplicativos, mas defendem que haja uma regulamentação para que todos possam pagar tributos igualmente. “O taxista não é contra a concorrência, ele só é contra um tranporte que não paga nada e faz um preço mais barato que o nosso. A partir do momento que eles [motoristas do Uber] começarem a pagar, eles vão ver que não podem ser tão baratos assim. O que a gente quer é igualdade”, ressaltou.

Imagens enviadas pelo leitor Marlos Nogueira.