Em 1938, Goiânia testemunhou o nascimento do primeiro parque recreativo da cidade, inicialmente batizado de Automóvel Clube de Goiás, mas posteriormente conhecido como Jóquei Clube. Localizado no coração da capital, este complexo oferecia uma variedade de atividades, desde academias de ginástica até salões de festas, tornando-se um ponto de encontro para todas as idades.

Primeira sede do Joquei Clube de Goiânia

A primeira sede do Jóquei Clube não só se destacava por suas instalações, mas também por sua arquitetura eclética, que combinava elementos chalés com características coloniais. Era o local preferido da elite goiana, onde festas de carnaval e réveillon aconteciam em um ambiente de elegância e sofisticação. Sob a regência de maestros renomados, as orquestras presentes nos salões proporcionavam uma trilha sonora memorável para os frequentadores.

Nas décadas seguintes, o Jóquei Clube ampliou suas atividades, incluindo serviços como o hipismo. Em 1960, uma nova sede foi inaugurada, marcando um marco do modernismo em Goiás. Com uma estrutura funcional e interligada, o novo edifício permitia uma melhor circulação de pessoas e uma visão mais clara de todos os espaços do clube.

No início dos anos 1990, o Jóquei Clube enfrentou uma crise financeira que resultou na má conservação de suas instalações. Em 2009, o clube foi oficialmente fechado e deixado em estado de abandono, com parte de seu bosque transformado em estacionamento. A arquitetura modernista, inspirada no estilo de Le Corbusier, foi comprometida e hoje o prédio só pode ser apreciado por fora.

Atualmente, o Jóquei Clube de Goiânia enfrenta uma dívida de aproximadamente R$30 milhões, impedindo sua venda ou demolição. O estado de abandono preocupa os moradores locais, que denunciam a presença de focos de mosquitos transmissores de doenças, além de agentes culturais que clamam pela preservação deste patrimônio histórico.

Durante a década de 1970, o Estado de Goiás destacou-se nacionalmente na liga de basquete, com a maioria dos jogadores da Seleção Brasileira provenientes de Goiânia. O Jóquei Clube foi palco dos treinos da equipe, marcando uma era de ouro para o basquete goiano. O Jóquei Clube de Goiânia, um marco histórico e cultural da cidade, enfrenta hoje desafios significativos devido ao abandono e à dívida financeira. Sua preservação tornou-se uma questão vital para os residentes locais e para os defensores da memória histórica da cidade, que esperam ver este ícone restaurado e revitalizado para as gerações futuras.

Jóquei Clube pode ser requalificado e se transformar em Espaço Cultural

 

Situação do Joquei Clube em 2023. Crédito Rubens Salomão

Localizado na Rua 3, no Centro de Goiânia, o Jóquei Clube de Goiás é um dos pontos centrais de uma discussão em andamento, especialmente no contexto do projeto Centraliza, que visa requalificar o setor e promover a economia local.O Jóquei Clube, que permaneceu sem uso por muitos anos, é considerado por muitos arquitetos como uma joia arquitetônica de Goiânia. Sua estrutura e história suscitam debates sobre como melhor aproveitar esse espaço.

Há um projeto em andamento para transformar o Jóquei Clube em um espaço cultural e gastronômico, buscando revitalizar a área e oferecer novas opções de lazer e entretenimento para a comunidade.A vereadora Sabrina Garcêz (Republicanos) destacou em entrevista ao Jornal Opção a importância de encontrar uma solução para a situação do Jóquei Clube. Ela mencionou a existência de uma dívida histórica de tributos do clube com a Prefeitura, e propõe a transferência da propriedade para o poder público como uma forma de resolver esse impasse.

As negociações para a transferência da propriedade do Jóquei Clube para o município estão em curso, com o objetivo de buscar um acordo entre a Prefeitura e os responsáveis pelo clube. Essa medida não apenas permitiria o abatimento das dívidas, mas também abriria caminho para a reestruturação do espaço e sua possível integração aos planos de revitalização urbana do projeto Centraliza.A resolução deste impasse é crucial para o futuro do Jóquei Clube de Goiás. Se as negociações forem bem-sucedidas, o espaço poderá ser revitalizado e reintegrado à vida cultural e econômica da cidade, contribuindo para sua renovação urbana e preservando sua história e patrimônio arquitetônico para as gerações futuras. No entanto, o desfecho dessas negociações ainda é incerto, e o envolvimento da Justiça pode ser necessário se não houver um acordo entre as partes envolvidas.

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Crédito: Eurípedes Afonso da Silva Neto

Eurípedes Afonso da Silva Neto

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