História e cultura: um mergulho na rica herança da Cidade de Goiás
Descubra as tradições de Goiás em um roteiro que leva você a conhecer points históricos, museus e centros culturais
A 140 km de Goiânia e 318 km de Brasília, a Cidade de Goiás se mantem imponente como berço da cultura goiana. E sua rica história começa quando o Estado, como um todo, ainda era só mato.
Fundada em 1727, a Cidade carrega uma bagagem de 296 anos de lutas, mudanças políticas, intrigas, guerras, mortes e dificuldades
O local já foi palco de tantos momentos marcantes para os goianos que, resumir a “Velho” é um sinal claro de ignorância, incompreensão e incultura.
Tradicional e histórica, consegue reunir charme, sabor e poesia em uma região feita por morros.
Imagem: Marcos Aleotti Fotografia – Curta Mais
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De ocupação popular, sua margem direita está localizada ao longo dos morros Catalango e Santa Bárbara, região onde se destacam as Igrejas do Rosário, Igreja de Santa Bárbara, Igreja de Nossa Senhora do Carmo e Igreja de Nossa Senhora da Abadia.
Já sua margem esquerda, limitada pelos morros de Dom Francisco e do Chapéu do Padre, abriga edifícios oficiais como Igreja Matriz de Santana, Palácio do Governo – Conde dos Arcos, Quartel do Vinte, Casa de Fundição, Museu das Bandeiras e Chafariz de Cauda. Bem como o núcleo residencial histórico e a Praça do Mercado.
A união entre arquitetura pública e privada garantem à cidade um conjunto harmonioso, modesto e encantador.
Imagem: Marcos Aleotti Fotografia – Curta Mais
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Como exemplo de desenvolvimento de uma cidade mineradora, o local é um documento raro da forma como os exploradores adaptaram os modelos de projeções residenciais portuguesas, às realidades da região Central do país.
Embarque conosco em uma viagem pela Cidade de Goiás e conheça a história e cultura regional.
Santuário Nossa Senhora do Rosário
Com arquitetura que remete sua época, a Igreja Nossa Senhora do Rosário foi erguida em 1761. Os escravos visavam a construção de um local para abrigar a irmandade, em devoção à Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos.
No ano de 1934, a Igreja foi demolida por padres dominicanos e reconstruída em estilo neogótico. Segundo os idealizadores do projeto, a obra representava a “chegada da modernidade” na antiga capital de Goiás.
Como percursor do modernismo no estado de Goiás, Frei Nazareno Confaloni tem suas pinturas de arte barroca expostas na Igreja. Começando com a anunciação pelos mistérios e finalizando na abóbada em cima do altar, os painéis laterais exibem os 15 mistérios do rosário da antiga ordem.
Anualmente, a frente da igreja é palco da “Última Ceia” durante a Procissão do Fogaréu.
Imagem: Marcos Aleotti Fotografia – Curta Mais
Onde: R. Luiz Guedes Amorim, 1 – Goiás
Horários: Todos os dias, das 7h às 20h
Contato: (62) 3371 1116
Museu Casa de Cora Coralina
A “Casa Velha da Ponte”, às margens do Rio Vermelho, tem visita iniciada pela cozinha, onde estão os tachos de cobre que Cora usava para fazer seus famosos doces de leite. A visita passa também por seu quarto, onde estão todos os vestidos e móveis da forma como ela deixou.
Livros, fotos, cartas, máquina de escrever e até bengala utilizada nos últimos anos estão expostos. Totens reproduzem vídeos em que ela aparece declamando seus poemas.
Imagem: Marcos Aleotti Fotografia – Curta Mais
Onde: Rua Dom Cândido, 20 – Centro da Cidade de Goiás
Horários: Terça a sábado – 9h às 16h45, domingos e feriados, 9h às 13h | fechado às segundas
Ingressos: R$ 10
Contato: (62) 3371 1990
Instituto Biapó
Com entrada livre, o Instituto funciona como um canal de apoio ao patrimônio artístico cultural. O local recebe exposições de artes rotativas, e outras amostras culturais. Além de funcionar como espaço de eventos, oferece vários programas sociais para empresas.
Onde: Rua Dom Cândido, Penso, 25 – Centro da Cidade de Goiás
Contato através do site Institutobiapo.com.br
Mercado Municipal
Um lugar icônico, de arquitetura estonteante. Construído em 1926, o Mercado nasceu como uma feira. Os produtores rurais vendiam suas mercadorias aos moradores do Centro.
Edificando o comércio local, tornou-se parte do grande centro de compras da região. Hoje é reconhecido como patrimônio histórico da humanidade.
Com arquitetura próxima à neoclássica, trabalha uma alvenaria mista de tijolos cerâmicos e de adobe, e ornamentos em massa forte de reboco. Além de colunas com capitéis e volutas em estilo grego-jônico.
No espaço é possível encontrar duas estátuas femininas, sentadas em um banco embaixo do ipê amarelo. Uma é Cora, a outra é Leogedária de Jesus, outra poetisa brasileira. As duas trabalhavam juntas na redação do jornal “A Rosa”.
Onde: Praça Vinicius Fleury, 24 – Cidade de Goiás
Horários: Todos os dias, 6h às 22h
Contato: (62) 3371 7713
Praça do Coreto
No meio do Centro Histórico fica o coreto de 1923. Em uma praça ampla e arborizada, o local abriga sorveterias históricas com diversos sabores típicos do Cerrado.
O point é palco de grande parte dos eventos que acontecem na cidade, como o famoso Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (FICA) atraindo turistas e cineastas do mundo todo.
Imagem: Marcos Aleotti Fotografia – Curta Mais
Imagem: Anna Caroline Prado
Onde: Rua Moretti Foggia, 180 – Centro da Cidade de Goiás
Catedral de Sant’Ana
A Praça do Coreto guarda grandes pontos históricos importantes da Cidade, como a Matriz de Sant’Ana. No Largo do Palácio, a Igreja começou a ser erguida em 1743 pelo Ouvidor Geral de Goiás, Manoel Antunes da Fonseca.
Algumas falhas de construção fizeram com parte de sua estrutura desabasse por diversas vezes. Como em 1759, quando o teto desabou e a população precisou se unir para uma reconstrução.
Foi só em 1998 que a Diocese de Goiás, juntamente com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) restaurou a igreja. A edificação tornou-se uma mistura intrigante entre rústico e colonial.
Seu acervo artístico abriga murais de Cerezo Barredo com temas como escravidão, liberdade, pobreza, justiça e igualdade. As cenas são protagonizadas por personagens da fé católica, bem como por escravizados e indígenas.
A Catedral abriga também o túmulo de Dom Tomás Balduíno.
Onde: 80, Rua 25 de Julho, 2 – Cidade de Goiás
Contato: (62) 9 9128 9616
Museu de Arte Sacra e Palácio Conde dos Arcos
A residência oficial foi construída para abrigar o governador da Capitania de Goiás, Dom Marcos de Noronha, ou Conde dos Arcos.
Conde dos Arcos chegou a Vila Boa de Goiás e, como não encontrou nenhuma casa que estivesse “à altura de um governador”, comunicou o fato a Dom João, que autorizou a construção de uma residência oficial.
Em 1752 foram compradas de Domingos Lopes Fogaça cinco casas. Demolidas, deram lugar ao Palácio do Governo.
Por meio do Decreto n° 2787, de 26 de julho de 1987, o governador Henrique Santillo transformou a residência em centro cultural Palácio Conde dos Arcos. A fim de incentivar criações artísticas e estimular a presença de visitantes.
Seu acervo guarda as principais esculturas de artistas como Goiano Veiga Vale e Aleijadinho.
Onde: Praça Tasso Camargo, 1 – Centro da Cidade de Goiás
Horários: Terça a sábado, das 8h às 17h | domingos e feriados, das 8h às 13h
Contato: (62) 3371 1200
Chafariz de Cauda da Boa Morte
Inaugurado em 1778, o Chafariz foi criado como fonte de abastecimento da cidade. Construído em alvenaria de pedra, com detalhes marcantes de pedra sabão, conta com um formato que lembra uma cauda, o que lhe deu seu nome.
Onde: Rua da Praça Brasil Caiado, 16 – Cidade de Goiás
Museu das Bandeiras – Ibram
O prédio que servia como Câmara e Cadeia foi construído em 1766. Foi em 1949 que passou a ocupar o posto de museu, guardando a história dos primeiros residentes goianos.
Seu acervo é composto por 573 objetos que desenham a presença negra, indígena e portuguesa em Goiás. Ao longo dos primeiros meses, foi constituído por documentos da Delegacia Fiscal do Tesouro Nacional em Goiás.
Onde: Praça Brasil Caiado – Centro da Cidade de Goiás
Contato: (62) 3521 4345
Igreja de São Francisco de Paula
Com base nas características gerais dos edifícios religiosos goianos do século XVIII, essa igreja foi construída em 1761. Como um dos poucos templos religiosos da cidade a apresentar pinturas no teto, foi a única contemplada com pintura no forro da capela-mor.
Igreja de Santa Bárbara
A construção da igreja de Santa Bárbara começou a ser erguida em 1775 por Cristóvão José Ferreira. Concluída cerca de cinco anos depois, conta com uma longa escadaria de cimento com mais de cinquenta degraus.
Do alto é possível contemplar a cidade com a Serra Dourada ao fundo. Com arquitetura simplista, abriga a imagem da padroeira em seu interior, sendo assinada pelo escultor Veiga Valle.
Igreja de Nossa Senhora do Carmo
Edificada em meados do século XVIII pelo secretário de Governo Diogo Luiz Peleja, a Igreja foi cedida à Confraria de São Benedito dos Crioulos em 1786. Inspirada pela arquitetura portuguesa, adota uma nave octagonal e arcos característicos do estilo usado.
Imagens: Marcos Aleotti Fotografia – Curta Mais
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