Museu goianiense guarda joias do modernismo e encanta visitantes

Obras de artista italiano traçaram tradições culturais para uma cidade recém-pintada

Julia Macedo
Por Julia Macedo
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Com estilo Art Déco, localizado em um importante espaço no arquivo de patrimônios históricos e culturais da jovem capital, a Estação Ferroviária de Goiânia abriga histórias de uma época em que a cidade transpirava modernidade e desenvolvimento.

Em seu interior está uma das maiores joias do modernismo no Estado de Goiás: o Museu Frei Confaloni. Datado de 2019, o mais jovem museu de Goiânia guarda painéis e afrescos pintados pelo religioso desde a década de 1950.

Já na entrada do antigo prédio, estão expostos dois painéis de Confaloni com dimensões iguais a 9 X 4,5m de altura. Batizados como “Bandeirantes – Antigos e Modernos”, os retratos, que atuam a construção da Antiga Estação Ferroviária, eram para o artista um poema e uma introdução ao desenvolvimento de Goiânia.

Museu

Através de uma realidade mítico-social desenhou homens, mulheres e crianças – goianos, goianas e goianinhos – em seu dia a dia. Sem figuração, os personagens são a história da cidade, de dramas diários, carregados em profundos traços de personalidade.

Na visão do artista plástico PX Silveira, biógrafo e representante da família Confaloni no Brasil, o Museu Memorial Frei Confaloni é uma verdadeira joia da capital. “Ele tem a felicidade de retratar a vida e a obra de um artista muito importante para nosso estado”, pontua.

Museu

Para alguns críticos, como Aline Figueiredo, suas obras traçaram tradições culturais para uma cidade recém-pintada. “Numa cidade sem tradição cultural como Goiânia, plantada de uma para outra no Planalto, Confaloni é hoje uma grande memória na História da Arte do Estado, justamente por ter diretamente contribuído para sua afirmação”, pontua.

História

O Museu Frei Confaloni é dividido em duas subgalerias. A Galeria Luiz Curado traz exposições permanentes e uma galeria fixa com obras do artista goiano de coração.

 

Conheça Confaloni

Importante nome do modernismo no Brasil, Frei Nazareno Confaloni nasceu em Viterbo, Itália, se mudou para Goiás a convite do bispo Cândido Penzo na década de 1950 onde desenhou 15 afrescos na Igreja do Rosário, denominados Mistérios de Rosário.

Frei

Na cidade de Vila ao atuou como pároco e introduziu sua técnica dos afrescos. Já em Goiânia, foi participante ativo na fundação da Escola Goiana de Belas Artes (EGBA). Lecionando ainda na Faculdade de Arquitetura da Universidade Católica de Goiás, com aulas de desenho e plástica. Aqui, conheceu Siron Franco, com quem trabalhou por poucos anos. 

Frei Confaloni morreu no ano de 1977, de enfarte, aos 60 anos. Em 1991, durante a Semana Frei Confaloni, foi assinado o decreto para construção do Museu.

 

Serviço

Museu Frei Confaloni

Funcionamento: Terça-feira a domingo, das 8h às 17h

Visitação online através do link

Imagem: Instituto Biapó

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