30 anos sem Kurt Cobain: conheça a vida e carreira do líder do Nirvana que conquistou a Geração Z

Ícone do grunge deixou sua marca na música, mas sua influência perdura, transcendendo gerações e redefinindo os limites da expressão artística

Thaís Muniz
Por Thaís Muniz
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Kurt Cobain

Kurt Cobain, o cantor, fundador e guitarrista do Nirvana, se matou há 30 anos, em 5 de abril de 1994. Sua saída de cena precoce e violenta, aos 27 anos, foi um trauma global. Embora seu corpo tenha sido descoberto em 8 de abril, o atestado de óbito indica sua morte desde o dia 5 daquele mês.

Cobain, uma figura emblemática do movimento grunge, liderou o Nirvana, uma banda que se destacou nos anos 90 com o álbum “Nevermind”. Sua influência transcendeu a música, deixando uma marca duradoura na cultura pop.

Nascido em Aberdeen, Washington, em 1967, Cobain desde cedo mostrou interesse pela música, começando a tocar guitarra ainda na adolescência. Em 1987, ele fundou o Nirvana com Krist Novoselic e Aaron Burckhard, que mais tarde seria substituído por Dave Grohl.

A banda rapidamente ganhou destaque no cenário musical underground de Seattle e, em 1989, lançou seu álbum de estreia, “Bleach”. No entanto, foi com o lançamento de “Nevermind” em 1991 que o Nirvana alcançou fama global.

O single “Smells Like Teen Spirit” tornou-se um hino da geração X, popularizando o movimento Grunge. Cobain, com sua voz distintiva e letras introspectivas, tornou-se um ícone para milhões de fãs em todo o mundo.

No entanto, a crescente fama e os desafios pessoais levaram Cobain a lutar contra o vício em drogas e depressão. Ele enfrentou problemas significativos, que foram amplamente documentados em entrevistas, relatos de amigos próximos e na própria autobiografia.

O cantor enfrentou o vício em heroína e outras substâncias desde o início dos anos 90. Ele frequentemente falava sobre sua batalha com a dependência, admitindo abertamente problemas com drogas.

Em 1992, Kurt casou-se com Courtney Love, vocalista da banda Hole, que também era uma figura controversa e, como ele, tinha uma história de uso de substâncias ilícitas. Eles tiveram uma filha, Frances Bean Cobain, no mesmo ano.

A depressão de Cobain era conhecida e suas letras muitas vezes refletiam temas de angústia emocional, alienação e desespero. Ele foi diagnosticado com depressão clínica e sofria de problemas de saúde mental ao longo de sua vida adulta.

Os altos e baixos foram marcados por várias tentativas de reabilitação e internações em clínicas de desintoxicação. A pressão da fama e os conflitos internos provavelmente exacerbaram esses problemas.

A morte prematura de Cobain chocou o mundo e gerou uma onda de luto entre seus fãs. Após sua morte, surgiram teorias da conspiração em torno do evento, embora a investigação oficial tenha concluído que se tratou de um suicídio.

A banda Nirvana foi composta por Krist Novoselic, Kurt Cobain e Dave Grohl, que hoje faz parte do Foo Fighters (foto: divulgação)

Influência em outros artistas e estilos

A influência de Kurt Cobain em outros artistas e estilos musicais é inegável, deixando uma marca indelével no cenário musical e cultural. Tanto durante a vida, quanto após a morte, a música do Nirvana e os estilo e atitude do cantor tiveram um impacto profundo em várias áreas.

Como líder do Nirvana, Cobain foi uma figura central no movimento grunge que surgiu em Seattle nos anos 90, inspirando bandas como Pearl Jam, Soundgarden e Alice in Chains. O sucesso avassalador do Nirvana com o álbum “Nevermind” contribuiu para revitalizar o interesse pelo rock em uma época dominada pela música pop, abrindo caminho para uma nova geração de bandas de rock alternativo e indie.

As letras inspiraram uma geração de músicos a escrever letras mais pessoais e significativas. A estética grunge, marcada por roupas desleixadas, influenciou não só a moda, mas também a cultura visual em geral, contrastando com a ostentação do rock “mainstream” da época.

Cobain personificava uma atitude de desdém em relação à autoridade e à indústria musical estabelecida, inspirando músicos a desafiar convenções e buscar autenticidade em sua arte.

Após a morte, Kurt Cobain tornou-se uma figura lendária, continuando a ser uma fonte de inspiração para músicos de todas as gerações, mantendo viva sua memória e legado.

Sucesso atual

No Reino Unido, uma reportagem do jornal The Guardian, apontou que a obra do Nirvana atinge hoje até a geração Z (pessoas entre 14 e 29 anos). Artistas tão díspares quanto a cantora neozelandesa Lorde, 27, e o rapper americano Lil Nas X, 24 anos, citam Kurt Cobain como ídolo.

Nos Estados Unidos, o rapper Post Malone, nascido 15 meses depois da morte de Cobain, é o fã mais famoso. Ostenta várias tatuagens homenageando o cantor e sua banda.

Em 2020, durante a pandemia, ele pediu autorização a Frances Bean Cobain, filha de Kurt, para fazer uma live beneficente tocando o repertório do Nirvana. Em janeiro, a Rolling Stone destacou o supergrupo indie feminino boygenius (formado por Julien Baker, Lucy Dacus e Phoebe Bridgers, idades entre 28 e 29 anos), em imagem que reproduzia uma icônica capa da revista com o grupo de Cobain.

Shows no Brasil

O Nirvana, que também contava com o baixista Krist Novoselic e o baterista Dave Grohl, chegou a vir para o Brasil em 1993 para fazer dois shows trazido pelo Hollywood Rock, festival inspirado no sucesso do Rock in Rio.

A apresentação em São Paulo ficou marcada como o pior show da história da banda. Em entrevista a Lucio Ribeiro, publicada pelo Popload, Grohl explica que Kurt Cobain havia consumido alguma substância similar ao diazepam, e subiu ao palco numa rotação inferior à da banda. Em função disso, o show teve vários problemas de microfonia.

Cobain chegou a engatinhar no palco e se vestir de mulher. Cenas desse show, que teve como palco o estádio do Morumbi, na zona sul da capital paulista, ficaram registradas no DVD ““Live! Tonight! Sold Out!”. A experiência teria rendido, inclusive, inspiração para demos do álbum “In Utero” que teria sido gravadas em um estúdio no Rio de Janeiro.

A passagem pela capital fluminense, no entanto, foi mais tranquila. Exibido ao vivo pela TV Globo, o show aconteceu na Praça da Apoteose e contou com um Kurt Cobain aparentemente sóbrio.

 

 

*Fontes: SBT News / Estadão / CNN

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