Conheça o Museu Casa de Cora Coralina, lar da doceira e escritora na cidade de Goiás

Faça um tour e descubra os locais onde ela fazia doces, repousava e escrevia

Adelina Lima
Por Adelina Lima
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Poetisa e doceira, Cora Coralina (1889-1985) é uma das maiores escritoras do país. Nascida na Cidade de Goiás, foi uma mulher simples, que estudou até a quarta série, e ainda que afastada dos grandes centros literários, produziu obras ricas, delicadas e sensíveis, inspiradas em sua região e sua vida. A casa onde Cora nasceu e viveu após o falecimento de seu marido é hoje o Museu Casa de Cora Coralina: uma experiência emocionante que o Curta Mais teve a oportunidade de vivenciar.

 

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museu

 

Nossa visita tem início pela cozinha comprida da casa, onde a poetisa preparou seus doces. Da janela, vemos um grande e amplo quintal cheio de árvores e bem ao fundo, a torre da Igreja de Nossa Senhora do Rosário.

cozinha

Cozinha de Cora Coralina.

Foto: Viaje Aqui

 

Na varanda (que na Casa de Cora é uma salinha dentro da casa), uma almofada repousa sob uma cadeira, com uma muleta encostada nela e, na mesinha ao lado, um abanador – após um acidente na cozinha, Cora precisou usar muletas, que encontramos em vários cômodos da Casa.

varanda

Varada de Cora Coralina.

Foto: DocExpõe

 

Conhecemos então personagens da vida de Cora e da Cidade de Goiás. Uma delas é Maria Grampinho, andarilha que dormia no porão de Cora todas as noites. Maria Grampinho usava mais de 100 grampos nos cabelos – o que lhe rendeu o apelido – e carregava consigo uma trouxa cheia de botões, que encontramos no Museu.

A entrada para o porão onde Maria Grampinho dormia é pelo lindo jardim de onde Cora colhia as frutas que usava para os doces e onde uma fonte de água potável corre incessantemente, criando um efeito sonoro calmo e delicado que nos tranquiliza e relaxa.

Então, somos guiados até o quarto onde Cora Coralina repousou por muitas noites. Um par de chinelos ainda espera ao lado da cama de solteiro, coberta com uma colorida colcha de retalhos. Acima, roupas, bolsas e um charmoso lenço estão pendurados e, ao redor, uma máquina de costura, armários e baús.

quarto

Quarto de Cora Coralina.

Foto: Ig Turismo

 

A próxima parada é a sala onde Cora escrevia. Seus óculos e máquina de escrever ainda estão lá, rodeadas por prêmios e condecorações. Sua primeira publicação foi aos 76 anos, e felizmente, seu reconhecimento ainda lhe veio em vida. É nessa sala onde também encontramos o prato azul pombinho, que repousa ao lado do poema escrito em sua homenagem, na caligrafia da poetisa: “Era um prato original, /muito grande, fora de tamanho, / um tanto oval. / Prato de centro, de antigas mesas senhoriais / de família numerosa.”

prato

Prato azul pombinho.

Foto: Conhecendo Museus

 

Na biblioteca particular de Cora, títulos como “O Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta”, de Ariano Suassuna, e “Dôra, Doralina”, de Rachel de Queiroz, além de autores como Ricardo Paranhos, Érico Veríssimo, Eduardo Galeano, Agatha Christie e Chico Xavier. Entre suas leituras, muitos livros sobre o estado de Goiás – sua terra.

O fim de nossa visita à Casa de Cora nos levou a uma exposição temporária de cartas de admiradores da poetisa. Entre elas, uma de Carlos Drummond de Andrade, datada de 14 de janeiro de 1979, na qual escreve: “Admiro e amo você como alguém que vive em estado de graça com a poesia. […] Seu lirismo tem a força e a delicadeza das coisas naturais. […] Dá alegria a gente saber que existe bem no coração do Brasil um ser chamado Cora Coralina.”

Fazemos nossas as palavras de Drummond: dá alegria saber que existiu bem no coração do Brasil um ser chamado Cora Coralina.

Cora

 Foto: Iugo Koyama

 

Visite!

 

Serviço

Museu Casa de Cora Coralina

Onde: R. Dom Cândido, 20 – Centro
Horários: Terça a Sábado das 9h00 as 16h45 – Domingos e Feriados das 9h00 as 13h00 – 2ª fechado
Valores: R$ 10,00 preço único. Visitas monitoradas devem ser agendadas por telefone ou e-mail.
Mais Informações: 62 3371-1990 ([email protected])

Obs: As programações podem ser alteradas, sugerimos que liguem antes de programar uma visita.

 

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