O melhor filme de todos os tempos está disponível na Netflix

Considerado o melhor filme de todos os tempos, esta obra prima é um dos clássicos disponíveis na Netflix

Marcelo Albuquerque
Por Redação Curta Mais
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Qual o melhor filme de todos os tempos? Pergunta difícil considerando que gosto é tão individual! Lista são sempre controversas, mas um título em questão figura sempre no topo dos rankings de melhores filmes. Estamos falando da verdadeira obra prima “O Poderoso Chefão”, de 1972.

A renomada revista norte-americana The Hollywood Reporter, por exemplo, divulgou uma lista que merece atenção dentre todas as anteriores – afinal de contas, ela foi feita por nada mais nada menos do que os responsáveis por fazer Hollywood acontecer.

No total, 2.120 diretores, donos de estúdio, vencedores do Oscar, produtores, agentes, roteiristas e outros insiders da indústria participaram da votação, que deu origem à lista de melhores filmes de todos os tempos: os 100 filmes favoritos de Hollywood. No topo do ranking está “O Poderoso Chefão”.

O clássico, que abre a trilogia, está disponível na Netflix. Quem não viu, é programa obrigatório para entender como se faz cinema de gente grande. Quem já assistiu, nunca é demais repetir a dose.

Clássico absoluto. Resumindo em poucas palavras: é simplesmente o melhor filme já feito. E aqui o intuito não é repetir os clichês: realmente o filme é perfeito em todas os quesitos. Atuações magníficas (sério, absolutamente TODOS atuam com excelência, com destaque ao Marlon Brando e Al Pacino), roteiro impecável, direção maravilhosa, fotografia primorosa, inesquecível trilha sonora, excelente trabalho de design de produção e figurino, muito bem editado, e por aí vai. O filme tem aproximadamente 3 horas de duração que são bem aproveitadas (ou seja, não há enrolação por ser um filme longo: cada minuto é muito bem aproveitado para contar a história). É um filme obrigatório para todos aqueles que gostam de cinema. Apesar de relativamente antigo (1972), é um filme que envelheceu extremamente bem, inclusive no quesito de atuação dos atores.

Não existem filmes perfeitos, mas o Diretor Francis Ford Coppola pegou a história criada por Mario Puzo, e fez uma das melhores adaptações de um livro que você verá.

Foram contratados ótimos artistas, que já faziam sucesso na época, e os principais eram bem jovens na época, para os papéis que fizeram:

As Pacino tinha 32 anos

Marlon Brando 48 anos

James Caan 32

Diane Keaton 26

Robert Duvall 41

O filme

É uma história bem completa, que narra a transferência do poder dos negócio (máfia) da família, a Michael Corleone, o filho mais novo e menos desequilibrado. Vale a pena assistir a trilogia.

No final dos anos 60, Francis Ford Coppola estava no início de sua carreira quando conseguiu assumir a direção da audaciosa produção Poderoso Chefão (The Godfather, 1972, EUA), da Paramount Pictures. O filme seria uma adaptação do romance do escritor Mario Puzo, que estava em franca ascensão quando o drama começou a ser produzido. Enquanto o livro se passava nas décadas de 40 e 50, o filme seria ambientado nos anos 70 para baratear custos. A escolha de Coppola deu-se pela idéia de que pela sua juventude, ele seria rápido, barato e supostamente manipulável.

Com o orçamento inicial de US$2,5 milhões, Coppola começa a trabalhar avidamente no romance, lendo e relendo o livro diversas vezes. Cada vez que o fazia, adicionava dezenas de notas de rodapé para orientar seu filme. Quais as cenas que deveria evidenciar, quais os momentos que seriam armadilhas e o que fazer para evitá-las, qual o primeiro sentimento que teve quando leu aquela passagem do livro e como transportá-lo para as telonas… tudo isso estava compreendido nas anotações do cineasta. A partir daí, começou a reescrever a adaptação que havia sido feita por Mario Puzo. Entretanto, estava preocupado. A cada dia a popularidade do livro crescia, enquanto ele continuava um mero desconhecido. Começou a discutir com os produtores, insistindo que o filme deveria se passar em sua época original e acabou convencendo-os. Mas será que conseguiria fazê-lo? Essa era exatamente a mesma dúvida dos produtores e executivos da Paramount.

Com o roteiro pronto, Coppola começou a sugerir nomes para os papeis principais. Assim começaram também seus problemas com a produtora. “Se você disser o nome de Marlon Brando mais uma vez, está despedido”, disse o presidente da Paramount na época para o diretor. Se Brando não era aceito (por sua notória excentricidade), o desconhecido Al Pacino, que até então só havia feito teatro, era considerado uma piada de mau-gosto pelos executivos.

O problema é que Coppola não conseguia imaginar outro ator no papel de Michael Corleone. Tinha que ser Al Pacino. “Seu rosto era perfeito”, afirma o diretor sobre a escolha. Insatisfeitos, os produtores pediram uma enorme quantidade de testes. Robert de Niro, James Caan (o preferido da Paramount, que ficou com o papel de Sonny Corleone, irmão de Michael), Martin Sheen, Robert Redford e mais centenas de candidatos foram testados para o papel.

Só que no meio de cada nova leva de testes que enviava para a Paramount, Coppola sempre colocava um novo teste de Pacino. No final o diretor acabou vencendo pelo cansaço. Al Pacino seria Michael Corleone. No entanto, um espião o acompanharia durante todas as cenas e, ao menor descontentamento dos produtores, o ator seria despedido e substituído. “Eu sei que não sou desejado”, disse Pacino na época.

Fazer com que aceitassem Marlon Brando para o papel de Don Vito Corleone foi um pouco mais fácil. Apesar da fama de encrenqueiro e de estar sempre atrasado, Coppola garantiu que Brando trabalharia sério, sendo um verdadeiro padrinho para ele dentro da produção. Obviamente que o teste de cena do ator também ajudou – e muito. Foi dele a ideia das próteses nas bochechas para que ficasse com aquela aparência estranha e a voz arrastada.

O Poderoso Chefão

The Godfather (no original) tornou-se um épico, recheado de momentos inesquecíveis do cinema. Cenas como o tiroteio na barraca de frutas, o assassinato no restaurante, Don Vito no canteiro de tomates, toda a seqüência de Michael na Sicília e muitas outras, estão vivas na memória dos cinéfilos mesmo 40 anos depois de seu lançamento.

O filme conta a primeira parte da saga da famiglia Corleone. Comandada pelo respeitado Don Vito Corleone (Marlon Brando), a família mafiosa controla os negócios ilegais na Nova York dos anos 40 e 50, em constantes conflitos com outros grupos e dons.

Don Vito tem nos filhos Sonny (James Caan), Fredo (John Cazale), Connie (Talia Shire) e Michael (Al Pacino) e na honra da família suas maiores motivações. A maneira como gerencia os negócios (bussinesse, no melhor inglês com sotaque italiano) com o auxílio dos capos (generais da máfia) e de seu consigliere (Rubert Duvall) é mostrada em detalhes elaborados.

Entretanto, a gerência dos negócios pelos mafiosos não se resume apenas a contas e pagamentos. Assassinatos são parte constante desse dia-a-dia. O problema é que Coppola não gosta de violência… fato que levou o estúdio a considerar a contratação de um diretor específico para as cenas de ação que envolvessem mortes, tiroteios e explosões. Receoso que isso pudesse acontecer, Coppola descobriu então uma maneira muito interessante de lidar com os aspectos mais pesados da máfia.

O diretor passou a agregar elementos sutis que distraem a audiência (e talvez ele mesmo) da barbárie das cenas mais fortes. Coisas como laranjas rolando no asfalto durante um tiroteio, um pé saindo pelo para-brisa durante um estrangulamento, formas bizarras de assassinatos, a desobediência aos princípios dos assassinato e muitas outras, foram incorporadas para dar mais textura à violência.

O resultado de tanto esforço foi um filme grandioso, ricamente ilustrado em todos os sentidos. Um sucesso de crítica e de público que acabou rendendo três Oscar – melhor filme, roteiro e ator (Marlon Brando, que se recusou a receber o prêmio por detestar Hollywood) e encontrou seu espaço entre os clássicos imortais do cinema.

A aceitação de O Poderoso Chefão acabou fazendo com que Coppola assumisse a direção e o controle total do segundo filme da série – O Poderoso Chefão Parte II, desta vez com liberdade criativa e US$11 milhões de orçamento.

 

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