Mercado imobiliário de Goiânia é o 3º melhor de todo o Brasil

A região metropolitana de Goiânia é a que mais cresceu nos últimos 12 anos, segundo o IBGE, e o mercado imobiliário tem acompanhado o crescimento acelerado da cidade

Thaís Muniz
Por Redação Curta Mais
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Foto: reprodução Ademi GO

Goiânia tem testemunhado um crescimento econômico robusto, impulsionado principalmente pelo agronegócio e pelo florescente setor de serviços. Este boom econômico tem alimentado uma demanda crescente por propriedades de luxo, atraindo uma elite diversificada não só da capital, mas também do interior de Goiás e estados vizinhos do Centro-Oeste e Norte do Brasil.

O maior apartamento de Goiânia – e de todo o Centro-Oeste – é uma cobertura duplex de 1.362 metros quadrados, com piscina privativa de 25 m² e quatro suítes – sendo que a master, sozinha, ocupa 120 m².

Vendida por R$ 12 milhões, a mansão suspensa ocupa o 44º e o 45º andares do Epic City, que, quando concluído, será um dos edifícios mais luxuosos da capital goiana. O arranha-céu tem 172,85 metros de altura, e apartamentos que impressionam pelo tamanho: o menor tem 333 metros quadrados e o maior, com exceção da cobertura, vai até 875 metros quadrados. A entrega está prevista para o segundo semestre deste ano.

O suprassumo do luxo no mercado imobiliário goiano é também um retrato da dinâmica do alto padrão na cidade. Boa parte do dinheiro que roda em Goiânia vem do agronegócio – que cresceu 15% entre 2022 e 2023 e foi, mais uma vez, a locomotiva da economia brasileira, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Mas nem só de agro vive a cidade. Goiânia se tornou o maior polo de serviços da região. Hospitais de ponta, escolas e universidades, pólo logístico, restaurantes e comércio atraem a elite da capital, do interior de Goiás e de estados vizinhos do Centro-Oeste e do Norte do País.

“Goiânia é o centro do interior do Brasil. Então, muitos empresários decidem morar aqui, ou trazer para cá suas sedes”, afirmou Felipe Melazzo, presidente da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), em entrevista para o portal EXAME.

Epic City (foto: Life Imobiliária)

Crescimento

A região metropolitana de Goiânia é a que mais cresceu nos últimos 12 anos, segundo o IBGE, e o mercado imobiliário tem acompanhado o crescimento acelerado da cidade. Nos cálculos do FipeZAP, Goiânia é a segunda capital com maior alta acumulada nos preços de venda nos últimos 12 meses, atrás apenas de Maceió (AL).

Na última década, o valor geral de vendas (VGV) dos empreendimentos em Goiânia saltou 126%, de R$ 2,6 bilhões em 2014 para quase R$ 6 bilhões em 2023. Os dados são da pesquisa da Ademi-GO, realizada pelo Instituto Brain. Com o avanço do último ano, o mercado imobiliário goiano já é o terceiro maior do País em VGV, atrás apenas de São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ).

O luxo, por sua vez, tem um papel relevante nesse movimento. Entre as três maiores incorporadoras de Goiânia, duas são voltadas para o altíssimo padrão. A Opus foi líder em VGV em 2023, alcançando R$ 1,11 bilhão nos cálculos da Ademi-GO – feito inédito no mercado goiano. A City, sua principal concorrente, veio em terceiro lugar, com um VGV de R$ 680 milhões. Ela ficou atrás apenas da EBM, que atua majoritariamente no médio padrão.

A City é a incorporadora por trás do Epic, prédio com o maior apartamento de Goiânia, e detém também o recorde de maior preço por metro quadrado de um imóvel residencial. O recordista no preço vem de outro empreendimento da construtora, o City 23 Pininfarina, que vendeu sua cobertura de 633 metros quadrados por R$ 10,7 milhões – ou R$ 17 mil o metro quadrado. O preço médio do metro quadrado de luxo em Goiânia fica em R$ 13 mil, enquanto os imóveis comuns são, em geral, negociados a R$ 7,3 mil, segundo estimativas do FipeZAP.

Apesar do novo recorde, a capital goiana ainda tem um preço bastante atrativo se comparada às maiores capitais do Brasil, especialmente quando o assunto é o alto padrão. O preço médio do metro quadrado em São Paulo e no Rio de Janeiro fica na casa dos R$ 10 mil. Já os imóveis de luxo podem alcançar um valor de R$ 50 mil a R$ 80 mil por metro quadrado.

Espigões e condomínios fechados

Seja no residencial ou comercial, Goiânia é uma cidade que cresce para cima. A verticalização é uma tendência mostrada no último censo do IBGE. Embora as casas ainda sejam dominantes – 70% dos goianos mora nesse tipo de imóvel – os apartamentos estão ganhando espaço. Em Goiânia, a porcentagem de residentes em apartamentos avançou forte entre 2010 e 2022, passando de 15% para 24,3%. A efeito de comparação, em Goiás a proporção subiu de 4,6% para 9%.

Os prédios altos, por sinal, são marca registrada da cidade. Ao caminhar por Goiânia, é possível ver os logos das construtoras estampando o último andar de cada espigão, como uma bandeira que marca o território. Uma exceção é o Kingdom Park Residence, que tem em seu topo o nome do próprio prédio. O empreendimento da Sim Engenharia é o prédio residencial mais alto do Centro-Oeste, segundo cálculos do órgão internacional CTBUH (Conselho de Edifícios Altos e Habitat Urbano). São 180 metros de altura e 50 pavimentos.

O edifício comercial mais alto da região também está em Goiânia. O complexo Órion une hotelaria, shopping, torre comercial e serviços de saúde – com a única unidade do Hospital Einstein do Centro-Oeste. Desenvolvido pela FR Incorporadora, tem 191,5 metros de altura e 44 pavimentos. Com Órion e Kingdom, Goiânia tem dois dos 10 prédios mais altos do Brasil.

Para além dos espigões, o mercado imobiliário de luxo está de olho também no loteamento de casas em condomínios fechados. Tanto Opus como City consideram esse mercado a nova frente de expansão de seus negócios na cidade. “A cidade não tem um player de loteamento focado no alto padrão. Acreditamos que é uma oportunidade de negócios interessante”, contaram os irmãos Tomé.

As duas incorporadoras querem acompanhar o crescimento de Goiânia – sem planos de expandir além das fronteiras da capital. Não é preciso: afinal, é para lá que o dinheiro está indo.

 

*Fonte: EXAME

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