Prédio histórico de Goiânia, Centro Cultural Grande Hotel recebe revitalização

Prédio histórico está localizado no encontro da Avenida Goiás com a Rua 3, no Centro da Capital; Espaço interno também será restaurado

Thaís Muniz
Por Redação Curta Mais
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Grand Hotel fez sucesso nos primeiros anos da formação da então nova capital - Foto: Reprodução/ IBGE

A Prefeitura de Goiânia, por meio da Secretaria Municipal de Cultura (Secult), concluiu a nova pintura externa do Centro Cultural Grande Hotel, localizado no encontro da Avenida Goiás com a Rua 3, no Centro da Capital. A manutenção foi realizada em parceria com a empresa Luztol Tintas. A previsão é que ainda neste ano o prédio receba também reforma na estrutura interna.

O prefeito Rogério ressalta que, apesar de ser gerido pela Prefeitura, o local tem uma questão administrativa e financeira pendente com Instituo Nacional do Seguro Social (INSS), que brevemente será concluída. “A Prefeitura está em negociação para que tudo seja quitado e resolvido o mais breve possível. Agora, com a doação da Luztol, o Grande Hotel está com pintura nova por fora. Afinal, é um bem da nossa cidade e precisa de cuidados da gestão pública. Esperamos que a população contribua para manutenção do local, já que o prédio é sempre alvo de muita pichação”, pontua.

A previsão é que o Grande Hotel receba em breve uma manutenção na área interna. “Estamos com projeto em andamento, com orçamento para reparos na estrutura interna. O prédio é muito antigo e nós temos que seguir as orientações do Iphan, respeitando o estilo Art déco, que não pode ser mudado em nada. Temos que ser cuidadosos com isso, afinal é um ponto de referência histórica, que guarda recordações e faz parte da cultura goianiense”, afirma o prefeito.

Símbolo da História de Goiânia

Inaugurado em janeiro de 1937, o Grande Hotel é o primeiro hotel de Goiânia. Desde 1991 é tombado como patrimônio histórico de Goiás pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e atualmente está em funcionamento como um polo da Secult, com atendimento aos alunos do curso de iniciação musical da Rede Municipal de Núcleos Musicais da Orquestra Sinfônica de Goiânia e aulas de dança de salão para adultos e idosos.

O hotel é símbolo do movimento arquitetônico Art Déco, que combinou estilos modernistas com habilidade fina e materiais ricos. Durante o seu auge, na época em que foi construído, o Grande Hotel representou luxo, glamour, exuberância e fé no progresso social e tecnológico.

Foram publicados dois editais para concorrência pública e arrendamento do Grande Hotel, já mobiliado e equipado. O contrato foi assinado por Maria Nazaré Jubé Jardim em 17 de fevereiro de 1937, pelo prazo de três anos. Também constava no contrato que o letreiro luminoso a gás néon da fachada deveria ser iluminado todas as noites.

Grand Hotel fez sucesso nos primeiros anos da formação da então nova capital – Foto: Reprodução/ IBGE

Com 60 quartos, sendo quatro de luxo, distribuídos em três pavimentos, o local recebeu nomes famosos como o antropólogo Claude Lévi-Strauss. Da construção original resta a estrutura da fachada, tendo o interior sido descaracterizado ao longo dos anos.

As instalações passaram por reforma em 2004, quando o Grande Hotel sediou o evento Casa Cor. Em 1991, o edifício foi tombado pelo Município como Patrimônio Histórico de Goiás sendo um dos 20 bens que formam o patrimônio do estilo arquitetônico Art Déco em Goiânia. Em 1998 foi tombado pelo Estado e em 2003 foi tombado pelo Iphan no Conjunto Arquitetônico Art Déco e Urbanístico de Goiânia.

O hotel se tornou um grande polo cultural de Goiânia, reunindo ali muitos visitantes que chegavam na cidade, seja a passeio ou a negócios. O hotel proporcionava o ambiente ideal para que os artistas se encontrassem com um público desprovido de locais formais para assistirem apresentações musicais.

Era, inclusive, a arrendatária Maria Nazaré quem tocava piano todas as noites para animar as reuniões da sociedade goianiense, que aconteciam nos salões do Grande Hotel. Estes eventos sociais, sempre seguidos de música, ocorriam com frequência, especialmente aos sábados.

O “Palácio Monumental”, como também era conhecido o Grande Hotel, foi palco dos primeiros bailes de carnaval da capital, onde se apresentavam a banda da 1ª Cia. da Polícia Militar, o Jazz Band Imperial e outros grupos.

Com o passar dos anos, o primeiro hotel de Goiânia se tornou ponto de encontro de diversas tribos urbanas, curtindo um samba ao vivo.

 

*Fontes: Secom; CNB Goiás

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