Filme que tem feito o mundo chorar desde 2018 chega à Netflix

Baseado em uma história real, “I Can Only Imagine” retrata a vida de Bart Millard, vocalista da banda Mercyme.

Marcelo Albuquerque
Por Redação Curta Mais
I Can Only Imagine
"Eu Só Posso Imaginar", inspirado em uma história real (Imagem: Divulgação)

O roqueiro cristão Bart Millard jamais imaginaria que a história de sua vida serviria de cenário para um filme famoso e que acaba de chegar na Netflix. “I Can Only Imagine”, filme baseado na música homônima do cantor, conta a história real da complicada relação entre Millard (interpretado por J. Michael Finley) e seu pai abusivo, interpretado por Dennis Quaid no filme.

Adaptada para o cinema em 2018, a história em questão rendeu milhões de dólares quando estreou nos cinemas e sua popularidade ainda hoje chama a atenção. A música de Bart com sua banda, chamada MercyMe, se tornou um sucesso há mais de 25 anos. Porém, qual é a verdadeira história do protagonista? O filme é fiel à realidade?

Reviravolta

A vida do cantor mudou repentinamente aos 3 anos, quando seus pais se divorciaram. Depois que sua mãe se casou e foi embora alguns anos depois, a família decidiu que ele e seu irmão ficariam melhor com o pai, Arthur.  “Acho que ninguém percebeu o quão violento isso se tornaria”, disse Millard em  entrevista à People. “Acabei vivendo com medo durante a maior parte da minha infância.” Arthur não tinha problemas com álcool ou mesmo com drogas, mas tinha um temperamento explosivo no qual sempre descontava suas frustrações nos filhos.  Millard disse anteriormente que se sentia como “o saco de pancadas de seu pai”. Outro momento difícil veio quando o patriarca da família foi diagnosticado com câncer. Na época, Bart era calouro no  ensino médio. O diagnóstico acabou por aproximá-los e fez Millard notar algumas mudanças no comportamento do pai após descobrir a religião.

“Eu sentei na primeira fila para ver esse cara deixar de ser um monstro e se tornar um apaixonado desesperado por Jesus”, disse ele.  Quando ele morreu, quando eu era calouro na faculdade, ele não era apenas meu melhor amigo, era o homem mais divino que já conheci. E isso literalmente mudou a trajetória da minha vida”, disse Millard.

“Sempre adorei música, mas agora estou no ministério porque nunca vi uma pessoa mudar assim antes e raramente vi isso desde então. Acho que cresci pensando que se o evangelho pôde mudar esse homem, pode mudar qualquer um.” Millard tornou-se uma espécie de “enfermeiro” do pai durante os anos de tratamento. Enquanto o filho administrava a medicação, eles conversavam todas as noites, o que marcou uma virada na relação entre pai e filho. “A única vez que fiquei zangado com Deus não foi durante o abuso, mas quando ele morreu”, acrescenta Millard. “Finalmente tive o pai que sempre quis e depois ele se foi. Aos 18, 19 anos estava muito entediado e tive que superar”, quando mostrou sua criatividade musical.

Inspiração

Foi no funeral de seu pai que a avó de Bart fez o seguinte comentário: “Ela disse: ‘Só posso imaginar o que seu pai está vendo agora’, e fiquei obcecado com essa frase. Por muitos anos, Millard escreveu a frase “Eu só posso imaginar onde eu poderia”. Quando gravou o primeiro álbum do MercyMe, ele teve que compor diversas músicas. Enquanto procurava inspiração em seu diário, ela se deparou com a frase da avó e logo começou a ver uma placa nela, segundo a People.  “Então eu escrevi a música, que era incrivelmente pessoal e especial para mim, mas não tinha ideia do impacto que ela teria”, disse ele. “Não me importei com o que as outras pessoas pensavam quando escrevi – foi quase como uma terapia para mim.” “I Can Only Imagine” se tornou um grande sucesso nas rádios religiosas, mas foi só quando a banda começou a promover seu segundo álbum que a música chegou ao top 40 das estações dos Estados Unidos.

O filme demorou quase 8 anos para ser concluído e o músico admite que no início ficou nervoso para contar sua história, que diz ter tentado “enterrar” durante a maior parte da vida. Porém, o tempo que levou para concluir a produção o encorajou – ou pelo menos deu-lhe tempo para  se preparar psicologicamente.

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